
Patrimônio romano ressurge nos EUA após décadas, despertando interesse científico e histórico
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Em março, uma descoberta inesperada chamou atenção em Nova Orleans. A antropóloga Daniella Santoro, da Tulane University, e seu marido, Aaron Lorenz, ao limpar a vegetação de seu quintal no bairro histórico de Carrollton, encontraram uma laje de mármore parcialmente enterrada, que parecia apenas um bloco decorativo antigo.
Ao perceber caracteres latinos na superfície, Santoro contatou o arqueólogo D. Ryan Gray, da University of New Orleans, que identificou tratar-se de algo extraordinário. A análise confirmou que se tratava de uma lápide romana do segundo século, dedicada a Sextus Congenius Verus, um soldado trácio da frota pretoriana em Miseno, falecido aos 42 anos após 22 anos de serviço.
Rastreada até o museu arqueológico de Civitavecchia, na Itália — onde havia sido catalogada antes da destruição parcial do acervo durante a Segunda Guerra Mundial —, a estela foi reconhecida como o item “desaparecido”. As autoridades norte-americanas foram notificadas, e o artefato foi entregue à unidade de Crimes de Arte do FBI para repatriação.
O motivo de sua chegada aos EUA permanece um mistério. Documentos indicam que a casa pertencia a uma família local sem relação aparente com a Itália, e não há registros de que a lápide tenha sido trazida por soldados americanos ou passado por lojas de antiguidades.
O achado evidencia tanto o valor científico de descobertas casuais quanto os desafios éticos e legais da preservação do patrimônio cultural. O legado de Sextus Congenius Verus, inadvertidamente enterrado em um quintal nos EUA, retorna agora ao seu lugar de origem, simbolizando a conexão entre passado e presente.
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