
O treinador argentino, que lutava contra um câncer de próstata, estava afastado das funções devido à sua saúde debilitada. Velório será realizado na Bombonera
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
Miguel Ángel Russo, ex-técnico do Boca Juniors, faleceu na última quarta-feira (8) aos 69 anos, vítima de complicações de um câncer de próstata. Ele estava afastado das atividades do clube devido ao seu estado de saúde e internado em sua residência. O velório ocorrerá no emblemático estádio La Bombonera.
Russo teve uma trajetória marcante no Boca, especialmente quando conquistou a Copa Libertadores de 2007, última vitória do clube na competição. Sua relação com o Boca incluiu ainda uma passagem vitoriosa entre 2020 e 2021, com a conquista do Campeonato Argentino e da Copa da Liga Profissional, além de um ciclo mais recente iniciado em maio de 2025, até sua decisão de se afastar devido à piora de sua saúde.
Como forma de respeito, a Liga de Futebol Profissional adiou o jogo do Boca contra o Barracas Central, marcado para o próximo sábado (10), pelo Torneo Clausura. A nova data ainda não foi definida. Jogadores da seleção argentina, que se prepara para amistoso contra a Venezuela, também prestaram homenagem a Russo com um minuto de silêncio antes do treino, em Miami.
Jogador e treinador: uma carreira de sucesso
Como jogador, Russo brilhou como volante no Estudiantes de La Plata entre 1975 e 1988, conquistando dois títulos do Campeonato Argentino. Ele também teve passagens pela seleção, com 17 jogos disputados, e participou das Eliminatórias para a Copa de 1986, mas uma lesão o impediu de integrar a equipe que seria campeã mundial no México.
Sua carreira como técnico começou em 1989, no comando do Lanús, onde conquistou a segunda divisão argentina em 1992. Depois, levou o Estudiantes à Série B, em 1995, e foi campeão com o Vélez Sarsfield no Campeonato Argentino de 2005. Além do Boca, passou por grandes clubes argentinos como Racing, Colón e San Lorenzo.
No exterior, dirigiu equipes como Universidad de Chile, Millonarios (Colômbia), Alianza Lima (Peru), Cerro Porteño (Paraguai), Salamanca (Espanha), Morelia (México) e Al-Nassr (Arábia Saudita).
Em 2017, Russo superou um câncer de próstata enquanto dirigia o Millonarios, mas nos últimos meses enfrentou novos desafios de saúde. Internado em setembro de 2025 devido a uma infecção urinária, ele seguiu tentando comandar o Boca até ser forçado a se afastar.
Legado de garra e liderança
Russo será lembrado como um dos treinadores mais respeitados do futebol argentino, não apenas pelo seu sucesso, mas também por sua habilidade de trabalhar com equipes e jogadores de diferentes contextos.
Sua visão tática, resiliência e capacidade de adaptação o tornaram um líder nato, tanto em clubes grandes quanto em equipes menores, onde também obteve reconhecimento.
A forma como conduzia seus times, buscando sempre o equilíbrio entre defesa e ataque, e sua relação de liderança com os jogadores, sempre respeitosa e inspiradora, marcaram sua trajetória.
Sua luta contra o câncer e sua determinação para seguir trabalhando, mesmo com a saúde fragilizada, são um reflexo do caráter forte que o definiu, dentro e fora de campo.
A perda de Russo representa um golpe profundo para o futebol argentino, que perde não apenas um grande treinador, mas um ícone da história do esporte. Sua memória continuará viva, sendo celebrada por todos que o admiraram.
“Ele será eternamente lembrado”, declarou o Boca Juniors. “Sua paixão pelo clube e pelo futebol será sempre uma inspiração para todos nós.”
O legado de Miguel Ángel Russo, com sua garra, paixão e conquistas, será lembrado por gerações, e sua partida deixa uma marca indelével na história do futebol.
Nas redes sociais, o Boca Juniors se despediu do seu treinador:
“O Clube Atlético Boca Juniors comunica com profunda tristeza o falecimento de Miguel Ángel Russo. Miguel deixa uma marca inapagável em nossa instituição e será sempre um exemplo de alegria, cordialidade e esforço. Acompanhamos sua família e seus entes queridos neste momento de dor. Até sempre, querido Miguel!”
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