
Pesquisa espanhola mostra que exercícios resistidos são seguros para gestantes e proporcionam benefícios físicos e emocionais, desde que acompanhados por profissionais
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
Engana-se quem pensa que musculação é exclusividade de quem busca definição muscular. Uma revisão de estudos conduzida por pesquisadores da Universidade Europeia Miguel de Cervantes e da Universidade Católica de Valência, na Espanha, revelou que os exercícios de força durante a gestação não só são seguros, como também promovem melhor qualidade do sono, reduzem dores lombares e no ciático, aumentam a força muscular e melhoram o bem-estar emocional.
Publicada na revista científica Acta Obstetricia et Gynecologica Scandinavica, a análise reuniu nove ensaios clínicos com 1.581 gestantes, de 31 a 35 anos. Entre elas, 776 realizaram treinos resistidos e 805 formaram o grupo controle. As mulheres que treinaram uma a duas vezes por semana, por cerca de 60 minutos, apresentaram ganhos expressivos na flexibilidade, resistência física e disposição.
O ginecologista e obstetra Rômulo Negrini, coordenador médico materno-infantil do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca que o trabalho reforça o que a prática clínica já comprova.
“Mesmo com variações entre os estudos, o artigo conclui de forma consistente que o treinamento de força na gestação tende a aumentar a qualidade de vida, acompanhando tendências recentes da literatura médica”, afirma o especialista.
Segundo diretrizes do Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia (ACOG), a atividade física regular — incluindo musculação — é recomendada durante a gravidez, desde que não haja contraindicações. Entre as restrições médicas estão doenças cardíacas ou pulmonares graves, placenta prévia com sangramento, trabalho de parto prematuro e pré-eclâmpsia severa.
A educadora física e doutora em Ciências da Saúde Carla Montenegro, do Centro de Reabilitação do Einstein, ressalta que a supervisão é indispensável:
“O corpo da mulher muda a cada fase da gestação. Por isso, o treino deve ser ajustado em volume e intensidade ao longo dos meses, sempre com orientação profissional.”
Os especialistas alertam ainda para sinais de alerta que exigem interrupção imediata do exercício, como sangramento vaginal, dor torácica, tontura, contrações uterinas ou diminuição dos movimentos do bebê.
O consenso científico é claro: quando feita com segurança e acompanhamento, a musculação é aliada da saúde física e mental da gestante, favorecendo uma gravidez mais tranquila e equilibrada.
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