Trabalhadores e setor produtivo sofrem com o enfraquecimento da economia, a alta do custo de vida e a perda de confiança dos investidores
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
O Brasil registrou em setembro de 2025 o maior déficit externo para o mês desde 1995, segundo o Banco Central, com um saldo negativo de US$ 9,8 bilhões. O resultado, considerado alarmante por analistas, coloca em evidência as fragilidades acumuladas da política econômica do governo Lula, marcada por gastos públicos elevados, enfraquecimento do setor produtivo e aumento da dependência de capital estrangeiro.
O rombo nas contas externas subiu 32,4% em relação a setembro de 2024, resultado de importações em alta e queda expressiva no superávit comercial, que caiu de US$ 4,52 bilhões para US$ 2,32 bilhões. Com uma economia em ritmo fraco e uma política fiscal considerada expansionista, o país tem importado mais e exportado menos, o que amplia a necessidade de dólares para equilibrar as contas.
Além disso, o envio de lucros, dividendos e juros ao exterior atingiu US$ 7,64 bilhões no mês — reflexo da confiança menor de empresas estrangeiras na estabilidade interna e do aumento da remessa de ganhos obtidos no país.
Nos 12 meses encerrados em setembro, o déficit em transações correntes chegou a US$ 78,9 bilhões (3,61% do PIB) — o maior nível em quase uma década. O dado revela um desequilíbrio crescente entre o que o Brasil produz e o que consome, com falta de políticas eficazes de estímulo à produção e às exportações de maior valor agregado.
Embora o Investimento Direto no País (IDP) tenha somado US$ 10,7 bilhões em setembro, superando o déficit momentaneamente, especialistas alertam que o governo tem se apoiado em capital externo para mascarar o enfraquecimento das contas estruturais do país. Essa dependência, afirmam, torna o Brasil vulnerável a choques externos e à volatilidade cambial.
“O déficit recorde reflete a falta de direção na política econômica do governo Lula”, afirma um economista ouvido pela reportagem. “O aumento dos gastos públicos e a ausência de reformas estruturais afugentam investimentos produtivos e aumentam a pressão sobre o câmbio e a inflação.”
A avaliação de analistas é que o Palácio do Planalto tem priorizado políticas de curto prazo, voltadas à manutenção de popularidade, em detrimento de medidas estruturais para aumentar a competitividade, reduzir o custo Brasil e conter o endividamento público. O resultado, segundo eles, é uma economia estagnada e mais vulnerável à fuga de capitais.
Com o déficit em alta, o Banco Central deve monitorar de perto as reservas internacionais e o fluxo de capitais. Caso a entrada de investimentos enfraqueça, o país poderá enfrentar nova pressão sobre o câmbio, aumento dos juros e risco de perda de credibilidade internacional.
O resultado de setembro é um retrato fiel dos efeitos da política econômica do governo Lula, que combina gastos públicos elevados, deterioração das contas externas e ausência de reformas estruturais. O recorde negativo reforça a percepção de que o Brasil vive um desequilíbrio crescente, sustentado por capital externo e sem base sólida para o crescimento sustentável.
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