Trump elogia Bolsonaro diante de Lula e mostra fragilidade do governo brasileiro

Encontro termina sem avanços concretos e gera constrangimento diplomático para a comitiva brasileira

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) sem nenhum resultado concreto após o tão esperado encontro com Donald Trump, atual chefe de Estado dos Estados Unidos. A reunião, que durou pouco mais de 40 minutos, terminou sem avanços concretos sobre tarifas, sanções do tipo Magnitsky ou novas rodadas de diálogo.

Trump elogia Bolsonaro diante de Lula

Antes mesmo de entrar para a reunião, Trump foi questionado por jornalistas sobre a situação política no Brasil e respondeu de forma direta:

“Sempre gostei do ex-presidente Bolsonaro e me sinto mal com o que aconteceu.”

A fala, feita diante de assessores e diplomatas brasileiros, soou como um gesto simbólico que destacou o contraste entre os dois líderes. O republicano, que há anos demonstra admiração e respeito por Jair Bolsonaro, manteve postura firme e diplomática durante o encontro com Lula, sem abrir espaço para aproximações políticas imediatas.

Fracasso diplomático e pressão econômica

Lula havia prometido levar à mesa o tema das tarifas de 50% impostas por Washington a produtos brasileiros, especialmente no agronegócio e na siderurgia. Porém, Trump não cedeu. Segundo diplomatas americanos, o republicano manteve a posição “em defesa da indústria nacional”, deixando o governo brasileiro de mãos atadas.

Fontes ligadas à comitiva afirmaram que o clima do encontro foi “tenso” e que nenhum compromisso formal foi firmado. A Casa Branca apenas informou que “novas conversas poderão ocorrer em nível técnico”, sem indicar datas ou prazos.

Silêncio constrangedor e reação interna

Após o encerramento da reunião, Lula não deu entrevistas. Segundo interlocutores, o presidente teria deixado o local aparentemente insatisfeito. Já Trump falou brevemente e reafirmou que “os EUA estão abertos a parcerias com países que respeitam a soberania e a liberdade econômica”.

Nos bastidores, membros da diplomacia brasileira admitiram que a falta de resultados práticos e o gesto público de Trump em favor de Bolsonaro geraram incômodo na equipe do Itamaraty. Parlamentares da oposição classificaram o episódio como um revés diplomático e apontaram desgaste na imagem do governo brasileiro no exterior.

O contraste político

Enquanto Lula tenta reaproximar o Brasil dos EUA por meio de uma agenda progressista e ambiental, Trump tem reforçado o discurso de alinhamento com governos conservadores e de direita. Analistas afirmam que o republicano usou a ocasião para reforçar seu apoio a líderes aliados, deixando claro que Bolsonaro ainda é visto como figura respeitada em Washington.

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