
Incidência de chuvas intensas expõe rachaduras prévias, desloca comunidades e eleva riscos em diversos bairros da cidade gaúcha. Autoridades buscam soluções urgentes para enfrentar a crise.
Por Schírley Passos|GNEWSUSA
Na manhã desta quinta-feira (23), Gramado, no Rio Grande do Sul, enfrentou mais um trágico episódio com o desabamento de um edifício residencial de quatro andares no bairro Três Pinheiros. O incidente, atribuído às intensas chuvas que assolam a região, ocorreu em um prédio que já apresentava rachaduras no solo, como alertado pela prefeitura dias antes. Este desastre se soma a uma série de eventos preocupantes, revelando a fragilidade estrutural e ambiental da cidade.
A situação de risco não se restringe a esse desabamento, pois no sábado passado (18), duas mulheres perderam a vida após uma residência ser soterrada em Gramado. Elisabeta Maria Benisch Ponath, de 51 anos, e sua mãe, Lidowina Lehnen, de 86 anos, foram vítimas dessa tragédia. Quatro pessoas residiam no local, sendo que duas conseguiram escapar do soterramento, evidenciando a gravidade dos problemas enfrentados pela comunidade.
O bairro Três Pinheiros, onde ocorreu o desabamento, foi completamente desalojado, enquanto outros bairros, como Piratini, Planalto e Linha Caboclo, também enfrentam interdições devido às rachaduras causadas pelas chuvas. A instabilidade do solo persiste, e equipes técnicas da prefeitura realizam vistorias para avaliar a extensão dos danos.
Além das consequências diretas nos edifícios, as enchentes resultantes das chuvas afetaram 179 municípios no estado, forçando quase 28 mil pessoas a deixarem suas casas. A Defesa Civil do Rio Grande do Sul reporta 63 pessoas feridas até o momento. Esses eventos desencadearam a necessidade de abrigar 30 pessoas no ginásio da Escola Senador Salgado Filho, evidenciando a urgência de respostas e ações coordenadas para enfrentar essa crise complexa que afeta a população e a infraestrutura da região.
Devido à instabilidade do solo, as autoridades afirmam que não é possível fazer a implosão da edificação sem correr o risco de causar danos maiores. Todos os moradores do bairro já saíram de casa, sendo 31 pessoas em um abrigo montado no ginásio da Escola Senador Salgado Filho e o restante em casas de familiares e conhecidos.
“A calçada começou a ceder, as (casas) dos vizinhos dos lados começaram a rachar e também a casa de trás de onde a gente mora”, relata a pintora Elidiana de Campos, que está no abrigo.

A Defesa Civil de Gramado, técnicos contratados pela prefeitura e geólogos seguem acompanhando a situação dos riscos. Os trabalhos técnicos estão sendo realizados por três grupos diferentes de profissionais, e uma empresa contratada deve concluir o parecer e o plano de trabalho ainda nesta semana.
Na última quarta-feira (22), o Serviço Geológico do Brasil avaliou a situação no bairro Três Pinheiros, a Perimetral e a Ladeira das Azaleias, no bairro Planalto, onde há rachaduras no solo e risco de queda de barreiras, de acordo com a prefeitura. Um relatório será elaborado para direcionar a tomada de decisão do município.
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