Ação da Polícia Federal investiga irregularidades que causaram instabilidade do solo e deslocamento populacional, revelando indícios de omissão e apresentação de dados falsos na atividade mineradora Braskem
ALAGOAS, 22 DEZ- A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (21/12), a Operação Lágrimas de Sal em Maceió, Alagoas, com o objetivo de investigar crimes relacionados à exploração de sal-gema na região.
Cerca de 60 policiais federais estão cumprindo 14 mandados judiciais de busca e apreensão, sendo 11 em Maceió/AL, dois no Rio de Janeiro/RJ e um em Aracaju/SE.
A exploração de sal-gema na capital alagoana, que ocorreu de 1976 a 2019, resultou em uma instabilidade significativa no solo de bairros como Pinheiro, Mutange e Bebedouro, levando à evacuação de mais de 60 mil pessoas devido aos riscos de desmoronamentos.
As investigações apontaram indícios de que as práticas de mineração não seguiram padrões de segurança, comprometendo a estabilidade das minas e a segurança da população.
Houve também suspeitas de apresentação de dados falsos e omissão de informações essenciais aos órgãos fiscalizadores, permitindo a continuidade das atividades, mesmo diante dos problemas de estabilidade das cavidades de sal e subsidência do solo.
Operação Sal Gema em Maceio/AL. Foto: Reprodução/PF.
Os investigados poderão ser responsabilizados por crimes como poluição qualificada, usurpação de recursos da União, apresentação de estudos ambientais falsos e omissão de informações.
Operação realizada pela PF em Maceio/AL. Foto: Reprodução/PF.
O nome da operação, “Lágrimas de Sal”, faz referência ao sofrimento da população afetada pela exploração de sal-gema, obrigando muitos a abandonarem suas residências devido aos riscos associados à instabilidade do solo nos bairros impactados.
Atingidos por crimes da Braskem protestam em Maceió e exigem punição da empresa. Foto: Reprodução/MAB
Caso Braskem: Impactos e Desdobramentos na região de Maceió
O desabamento da Mina 18 tornou-se um marco crítico na trajetória da Braskem em Maceió, desencadeando uma série de impactos significativos na região.
Este evento, que ocorreu em meio à exploração intensiva de sal-gema, trouxe à tona sérias preocupações sobre a segurança das atividades mineradoras na área. A Mina 18, parte integral das operações da Braskem em Maceió, experimentou um colapso que teve repercussões imediatas e a longo prazo.
Este desabamento contribuiu para a acentuação da instabilidade do solo nos bairros de Pinheiro, Mutange, e Bebedouro, resultando no deslocamento de dezenas de milhares de residentes e na evacuação de áreas afetadas.
A gravidade do desabamento da Mina 18 colocou em destaque a negligência percebida na gestão e execução das atividades mineradoras pela Braskem.
Foto: Reprodução / Edilson Omena.
Os desdobramentos desse desabamento acionaram uma série de medidas legais, ambientais e sociais. A comunidade local mobilizou-se em busca de responsabilização e compensação, enquanto os órgãos reguladores intensificaram a fiscalização das atividades da Braskem.
Esse incidente evidenciou a necessidade urgente de revisão nas práticas mineradoras, bem como uma reavaliação criteriosa das responsabilidades corporativas para garantir a segurança ambiental e a proteção das comunidades afetadas.
O desabamento na Mina 18 se tornou um símbolo das complexidades e desafios enfrentados quando as atividades industriais impactam negativamente o meio ambiente e as vidas das comunidades locais, exigindo uma abordagem cuidadosa e responsável para prevenir danos futuros.
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