
Estado de exceção, conflito armado interno e mobilização militar são as respostas do país à escalada da violência desencadeada por organizações criminosas. Autoridades prendem dezenas em ações contra o crime enquanto a população enfrenta uma crise de segurança sem precedentes
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
A onda de violência sem precedentes desencadeada por organizações criminosas no Equador resultou em pelo menos dez mortes na terça-feira. Os recentes ataques incluíram assassinatos de policiais em Nobol e ações do crime organizado em Guayaquil, a cidade mais populosa do país.
Estado de Exceção e Conflito Armado Interno
O presidente Daniel Noboa decretou um estado de exceção na segunda-feira, buscando combater o narcotráfico, e na terça-feira emitiu um decreto declarando a existência de um conflito armado interno em nível nacional. As Forças Armadas foram mobilizadas para desmantelar grupos do crime organizado transnacional, categorizados como organizações e atores terroristas não-estatais beligerantes.

A resposta do crime organizado ao decreto incluiu sequestros, motins em prisões e atentados com explosivos. Homens armados invadiram ao vivo uma transmissão da emissora de TV TC em Guayaquil, simbolizando o caos que se instalou.
A Polícia Nacional informou que, até o momento, 70 pessoas foram presas, reféns foram libertados, fugitivos foram recapturados, e armas, munições, explosivos e veículos foram apreendidos. A Assembleia Nacional anunciou apoio às Forças Armadas e à Polícia Nacional, prometendo aplicar “indultos e/ou anistias” conforme necessário.
Fuga de Narcotraficantes e cenário de violência crescente
A fuga de Adolfo Macías, conhecido como “Fito” e líder do Los Choneros, uma das facções criminosas mais temidas, desencadeou os recentes acontecimentos.

Macías, condenado a 34 anos de prisão, escapou no domingo. Outro narcotraficante, Fabricio Colón Pico, também fugiu da prisão na sexta-feira, agravando ainda mais a situação.

O Equador, localizado entre os maiores produtores de cocaína, Colômbia e Peru, enfrenta uma escalada da violência relacionada ao narcotráfico. Com mais de 7,8 mil homicídios e 220 toneladas de droga apreendidas em 2023, o país busca lidar com uma situação crítica de segurança, evidenciada pelos confrontos em prisões e aumento significativo na taxa de homicídios nas ruas nos últimos anos.
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