
Todo ano questões do ENEM enfrentam críticas por alegado viés ideológico, motivando um projeto de lei para proibi-las
Por Nicole Cunha | GNEWSUSA
O PL 6.138/2023 propõe a proibição de questões ideológicas no ENEM, concursos públicos e vestibulares de universidades públicas. Caso haja descumprimento da regra, a banca examinadora fica sujeita a penalidades.
O senador Cleitinho, autor do projeto, defende a imparcialidade nas avaliações, buscando a seleção técnica de candidatos sem influência ideológica.
Origem das críticas
Não é de hoje que exames nacionais enfrentam acusações de induzir ideologias aos estudantes. O Exame Nacional do Ensino Médio, principalmente, tem sido palco de duras críticas em relação ao seu conteúdo.
Nos últimos anos muitos professores, que realizam as provas a fim de auxiliar seus alunos, tem comentado que o ENEM tornou-se uma prova de interpretação, e não “conteudista”. Além disso, muitos relatam que o conteúdo da prova cobrado não corresponde ao ensinado nas escolas. Ou seja, em tese, o exame teria perdido o foco de nivelamento, dando lugar às pautas daqueles que elaboram as questões.
Busca por imparcialidade
Cleitinho destaca na justificação do projeto a importância de avaliações imparciais, promovendo o pensamento crítico com apresentação de múltiplas perspectivas. O senador menciona um incidente recente no ENEM, onde a bancada do agronegócio criticou questões que, segundo eles, apresentavam viés ideológico prejudicial ao setor.
“A utilização dessas questões, a exemplo do que aconteceu no último Enem com relação a questões que criam uma imagem negativa do agronegócio, condiciona o que é ensinado nas escolas para os anos seguintes, o que coloca em risco todo o sistema educacional.“, afirmou o senador.
Cleitinho alerta que o uso de questões ideológicas impacta o ensino, podendo condicionar o que é ensinado nas escolas e comprometer o sistema educacional como um todo.
“[…] é natural que as pessoas tenham suas ideologias e envolvimento na política, mas isso deve ficar fora do ambiente escolar e desses exames de seleção pública, sob pena de que se naturalize a aceitação como fato daquilo que é apenas uma opinião política”, completou.
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