
Prejuízo bilionário gera receio de repetição de erros do passado
Por Carla Pereira|GNEWSUSA
A Petrobras enfrenta um cenário desafiador na retomada de suas atividades após os escândalos da Lava Jato. A empresa, que acumula um prejuízo bilionário em decorrência do cartel de empreiteiras, busca retomar obras simbólicas como a Refinaria Abreu e Lima e o Comperj, mas esbarra em preocupações com a repetição de erros do passado.
Especialistas alertam para o afrouxamento nas regras de contratação da Petrobras e possíveis mudanças na Lei das Estatais, que podem comprometer a transparência e a integridade nas contratações da empresa. A Petrobras já alterou seu estatuto, reduzindo as restrições à nomeação de dirigentes partidários e sindicais para sua administração, o que gerou questionamentos e críticas da área técnica do TCU.
A retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima e do Comperj, ícones da corrupção na Petrobras, levanta preocupações sobre a efetividade das medidas de prevenção à corrupção. Apesar da Petrobras alegar que as obras foram paralisadas em estágios avançados e que os investimentos restantes são justificados, especialistas alertam para os riscos de novos desvios.
Entenda o caso
A Operação Lava Jato, que completa 10 anos em 2024, causou um impacto duradouro no cenário político e judicial do Brasil. A operação, que investigou um esquema de corrupção na Petrobras e em outras empresas estatais, teve como principais personagens:
Lula: Atual presidente do Brasil, condenado e preso por 580 dias no caso do tríplex, mas que venceu as eleições presidenciais de 2022.
Eduardo Cunha: Ex-presidente da Câmara dos Deputados, cassado e preso por 3 anos e meio por corrupção.
Michel Temer: Ex-presidente do Brasil, preso e posteriormente solto, com diversas vitórias judiciais.
Fernando Collor: Ex-presidente, condenado pelo STF em 2023, aguardando novos recursos.
Sérgio Cabral: Ex-governador do Rio de Janeiro, principal réu da Lava Jato no estado, condenado a centenas de anos de prisão.
Desdobramentos no Rio de Janeiro e figuras-chave da operação
A Lava Jato teve desdobramentos significativos no Rio de Janeiro, envolvendo figuras como:
Sergio Moro: Ex-juiz da operação, símbolo da Lava Jato, atuou como ministro da Justiça e atualmente é senador, sob risco de cassação.
Deltan Dallagnol: Ex-chefe da força-tarefa, eleito deputado federal e cassado pelo TSE por violação da Lei da Ficha Limpa.
Teori Zavascki: Ex-ministro do STF, relator da Lava Jato, faleceu em um acidente aéreo em 2017.
Marcelo Bretas: Juiz responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro, suspenso do cargo pelo CNJ.
Newton Ishii: Agente federal conhecido como “Japonês da Federal”, famoso por escoltar presos da operação.
Fases-chave da Operação Lava Jato
Primeira Fase: Março de 2014, visando a uma rede de lavadores de dinheiro.
Juízo Final: Novembro de 2014, prisão de executivos de grandes construtoras.
Erga Omnes: Junho de 2015, prisão de Marcelo Odebrecht e executivos da Andrade Gutierrez.
Pixuleco: Agosto de 2015
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