EUA: O que é a recuperação econômica em forma de K prevista para país pós-pandemia

Quando ficou claro que a pandemia do coronavírus causaria uma recessão, os economistas começaram a debater que forma ela assumiria. Seria um V, com uma queda rápida e uma recuperação igualmente rápida? Ou um U, com recuperação mais lenta? Ou melhor, um L, sem qualquer recuperação?

Agora, pelo menos nos Estados Unidos, especialistas dizem acreditar que nenhuma dessas suposições estava correta. Segundo eles, a recuperação da economia global será em K, ou seja, um rápido declínio com uma subsequente divisão acentuada entre vencedores e perdedores. “O que estamos vendo é uma recuperação que será vigorosa para alguns setores, enquanto outros permanecerão em queda livre”, escreveu recentemente em um post Suzanne Clark, presidente da Câmara de Comércio dos Estados Unidos. De um lado, estão os setores financeiro e de software, bancário, telecomunicações, imobiliário e alguns serviços de varejo, que já recuperaram amplamente os empregos perdidos no início da pandemia.

Também aqueles que oferecem serviços que estão em demanda neste novo contexto, como a marca de bicicletas ergométricas de alto padrão Peloton, cujas ações este ano mais que triplicaram e que já conta com mais de 1 milhão de assinantes. De outro, os setores de lazer e hotelaria, viagens ou alimentação, que viram metade dos empregos perdidos em abril e, desde então, recuperaram apenas 50%, segundo reportagem recente da agência de notícias financeiras Bloomberg. Um dos exemplos mais evidentes do impacto da pandemia está na capacidade dos trabalhadores de se adaptar à nova dinâmica de trabalho.

Quem conseguiu se ajustar à rotina do chamado “home office” rapidamente recuperou a confiança na economia e voltou a gastar.

E quanto à América Latina e outros países?

Não foi apenas nos Estados Unidos que a forma que a recuperação está assumindo acendeu um sinal de alerta. No Reino Unido, por exemplo, a economia começou a se recuperar em maio, mas a taxa de desemprego está no seu maior pico nos últimos dois anos. Na maioria dos países latino-americanos, porém, é difícil falar em recuperação. O FMI (Fundo Monetário Internacional) prevê uma queda do PIB regional de 9,4% neste ano. Segundo a entidade, a recuperação só virá em 2021.

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