
Yasmim recebe mais de 57 anos, enquanto madrasta Bruna cumprirá 51 anos por crime em Imbé, onde corpo do menino permanece desaparecido desde 2021.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
Na última quinta-feira (4), teve início o julgamento de Yasmin e Bruna, condenadas por tortura, homicídio e ocultação de cadáver de Miguel dos Santos Rodrigues, de 7 anos. As sessões ocorreram ao longo de dois dias, no Salão do Júri do Foro da Comarca de Tramandaí, no Litoral Norte do RS. O crime ocorreu em 2021 na cidade de Imbé, e durante o julgamento, ambas foram condenadas pelos três crimes relacionados à morte de Miguel dos Santos Rodrigues.
Yasmin, a mãe de Miguel, foi condenada a 57 anos, 1 mês e 10 dias de prisão pelos três crimes. Já Bruna, a madrasta, foi condenada a 51 anos, 1 mês e 20 dias de prisão pelos três crimes. Ambas permanecem presas, mas têm o direito de recorrer da decisão.

O crime ocorreu em 2021 na cidade de Imbé, quando a criança foi assassinada, segundo a acusação, porque atrapalharia o relacionamento entre a mãe, Yasmin, e a companheira dela à época, Bruna Nathiele. O corpo de Miguel teria sido colocado dentro de uma mala e jogado em um rio de Imbé, na cidade onde a família morava, e nunca foi encontrado.
Durante o julgamento, ambas fizeram declarações sobre o ocorrido, Yasmin admitiu ter dado fluoxetina, um medicamento que Miguel nunca havia tomado, para o filho, e descreveu o momento em que encontrou o corpo do menino. Bruna, por sua vez, admitiu sua participação na tortura e ocultação do cadáver, mas negou envolvimento na morte do menino.
Advogados pediram condenações mais brandas para Yasmin e Bruna, no caso do assassinato de Miguel. A advogada Thaís Constantin argumentou que Yasmin não agiu com intenção de matar o filho, sugerindo que ela deveria ser condenada por homicídio culposo, não doloso. “Deve ser condenada pelo homicídio? Deve, mas homicídio culposo, não doloso. O dolo direto, a intenção dela. Nessa cadeia sucessiva de atos passa muito longe do que Yasmin fez. Muito longe”, disse.
Logo em seguida, a defesa de Bruna, representada pelo advogado Ueslei Natã Dias Boeira, pediu a condenação de sua cliente apenas pelos crimes de tortura e ocultação de cadáver. Apesar dos argumentos da defesa, o júri decidiu pela condenação das duas acusadas pelos três crimes, resultando nas penas de 57 anos, 1 mês e 10 dias de prisão para Yasmin e 51 anos, 1 mês e 20 dias para Bruna.
Seguem abaixo as declarações das rés durante o julgamento:
Em relação ao seu papel como mãe, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues declara: “Eu fui mãe do Miguel até conhecer a Bruna. Depois eu fui só uma genitora.” “Eu sou um monstro. Na verdade, eu sou muito monstro. Porque, se eu estou aqui hoje, é porque eu errei pra caramba. Se eu tô aqui, tá todo mundo aqui, é porque eu fui péssima como mãe, como ser humano. Mas eu jamais imaginei que ela pudesse fazer isso.”

Sobre a ocultação do corpo, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, mãe de Miguel relata: “Eu vi a Bruna embaixo da mesa sentada tipo em posição fetal. Eu olhei pra ela e eu perguntei: ‘cadê o Miguel?’ Eu saí correndo para dentro do quarto do banheiro. Eu vi o Miguel deitado. Ele tava todo gelado, todo roxo. Eu mostrei para ela e eu perguntei o que tinha acontecido e ela falou que ele estava morto”.
“O Miguel estava roxo e duro. Como que eu ia ir pra algum lugar e dizer que eu não matei, que eu só dei fluoxetina pro meu filho e que ele morreu com fluoxetina, que era um remédio que ele nunca tinha tomado?…..
“”Então, eu peguei ele no colo. Ele não estava vestido adequado, estava frio. Eu vesti um casaco bem quentinho, botei uma calça quente. Ela levantou e veio com a mala e falou que a gente tinha que fazer alguma coisa… Ele estava quentinho. Ele estava agasalhado. Aí eu peguei e botei. Eu botei ele lá. Eu botei ele e levei até o rio.”

Sobre a tortura psicologica, Bruna Nathiele Porto da Rosa, madrasta de Miguel afirma: “Eu sou responsável pela tortura psicológica. Que foi o vídeo que eu fiz, porque eu peguei no psicológico dele. Então a minha culpa eu não posso tirar. Então eu me culpo por isso….”Eu tenho a ver com a tortura e a ocultação, a morte não.”

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