Anvisa proíbe peeling de fenol após caso fatal em clínica estética

Foto: Shutterstock.
Regulamentação temporária visa investigar riscos e impactos na saúde dos pacientes.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou uma resolução nesta terça-feira (25) proibindo a importação, fabricação, manipulação, comercialização, propaganda e uso de produtos à base de fenol (ácido carbólico) em procedimentos de saúde e estéticos.

A decisão foi tomada devido à falta de estudos que comprovem a eficácia e segurança do fenol para esses fins. A medida é temporária e vigente enquanto são conduzidas investigações sobre os potenciais danos causados pela substância em procedimentos invasivos.

A resolução foi motivada por preocupações com os impactos negativos na saúde das pessoas, conforme afirmou a Anvisa em comunicado. A medida foi publicada após o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) acionar a Anvisa na Justiça Federal, buscando a suspensão da venda de substâncias à base de fenol para profissionais não médicos.

O peeling de fenol é um procedimento invasivo no qual o ácido é utilizado para atingir camadas profundas da pele, e seu uso inadequado tem sido associado a complicações graves, como no caso da morte de Henrique da Silva Chagas, 27 anos, após uma parada cardiorrespiratória decorrente do procedimento realizado por Natalia Fabiana Freitas Antônio, também conhecida como Natalia Becker, que foi indiciada por homicídio com dolo eventual.

Além do peeling, o fenol é utilizado em outras práticas, como cirurgias de unha, onde é empregado para diminuir, queimar ou destruir a matriz da unha, incluindo casos de unhas encravadas.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) alerta para os riscos significativos associados ao uso do fenol, que pode resultar em complicações como dor intensa, cicatrizes, alterações na coloração da pele, infecções e até problemas cardíacos imprevisíveis, independentemente da concentração, método de aplicação ou profundidade atingida na pele.

Embora reconheça os benefícios potenciais do fenol quando administrado corretamente, estimulando a produção de colágeno e reduzindo rugas e manchas, a entidade reforça a importância de precauções rigorosas para evitar consequências adversas para a saúde dos pacientes.

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