Organização classifica surto, impulsionado por cepa mais mortal, como PHEIC; Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças também emitiu alerta de segurança continental.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
Nesta quarta-feira (14), a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o surto de mpox na África como uma emergência de saúde global. A decisão foi tomada após a OMS convocar seu comitê de emergência devido a preocupações com uma cepa mais mortal do vírus, o clado Ib, que afetou quatro províncias africanas anteriormente não impactadas. Essa cepa já havia sido controlada na República Democrática do Congo.
Especialistas independentes do comitê se reuniram virtualmente para aconselhar o Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, sobre a gravidade da situação. Após essa consulta, Ghebreyesus anunciou a declaração de uma emergência de saúde pública de preocupação internacional (PHEIC), o nível mais alto de alerta sob o direito internacional de saúde. Este status é concedido pela OMS a “eventos extraordinários” que representam um risco para a saúde pública global e podem exigir uma resposta internacional coordenada.
No dia anterior, os Centros Africanos de Controle e Prevenção de Doenças haviam declarado o surto uma emergência de saúde pública de segurança continental, marcando a primeira vez que a agência emitiu tal declaração desde sua criação em 2017.
Desde o início do ano, foram registrados mais de 17.000 casos e mais de 500 mortes em 13 países africanos, de acordo com o Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças. O maior número de casos, mais de 14.000, foi registrado na República Democrática do Congo, que notificou 96% dos casos confirmados deste mês.
A mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, é uma doença viral que pode ser transmitida facilmente entre pessoas e animais infectados. A transmissão ocorre por contato próximo, como toque, beijo ou relações sexuais, além de materiais contaminados, como lençóis, roupas e agulhas. Os sintomas incluem febre, erupção cutânea dolorosa, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, baixa energia e aumento dos gânglios linfáticos.
Embora a doença tenha sido historicamente detectada principalmente na África Central e Ocidental, seu alcance se expandiu para a Europa e a América do Norte em 2022. A OMS já havia declarado a propagação da mpox uma emergência de saúde global em julho de 2022, mas encerrou essa declaração em maio de 2023.
A mpox é caracterizada por dois clados genéticos: I e II. O clado Ib, que é mais transmissível e causa formas mais graves da doença, está no centro das atuais preocupações. Autoridades da OMS afirmaram que a contenção do vírus poderia ser relativamente simples com as ações adequadas no momento certo, e pediram cooperação internacional para financiamento e organização de esforços para conter o surto.
A OMS já iniciou o processo de Lista de Uso de Emergência para vacinas contra a mpox e desenvolveu um plano de resposta regional, que requer 15 milhões de dólares, dos quais 1,45 milhões de dólares já foram liberados do Fundo de Contingência para Emergências da OMS.
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