
Mandados de busca e prisão são cumpridos; armas e munições são apreendidas, e a investigação revela envolvimento de CACs na fornecimento de armamento.
Por Ana Raquel |Gnewsusa
Na manhã desta segunda-feira 10 de setembro, a Polícia Federal, em parceria com o Ministério Público e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), deu início à segunda fase da Operação Baal. A operação, que se concentra em São Paulo e Buri (SP), visa desarticular uma organização criminosa envolvida em atividades violentas de roubos nas modalidades “domínio de cidade” e “novo cangaço”. Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão, resultando na apreensão de armas, munições e outros materiais relacionados a crimes violentos.
O “novo cangaço” caracteriza-se por assaltos altamente coordenados e violentos, realizados por grupos criminosos que tomam o controle de cidades pequenas e paralisam a atuação das autoridades locais. Esse tipo de crime causa um estado de pânico e desordem, desafiando a capacidade do poder público de manter a segurança.
A Operação Baal foi desencadeada com o objetivo de desmantelar a organização criminosa responsável por essas ações violentas. Durante a operação, foram apreendidos diversos itens, incluindo armas e munições, que são essenciais para a execução de atividades criminosas. A operação também é uma resposta direta à crescente preocupação com o “novo cangaço” e a violência associada.
A primeira fase da Operação Baal, que ocorreu em maio deste ano, resultou em uma denúncia formal contra 18 pessoas ligadas à organização criminosa. Estes indivíduos podem enfrentar condenações que incluem o pagamento de R$ 5 milhões em danos morais à coletividade, se forem encontrados culpados.
A investigação começou após um roubo significativo a uma base de valores em Confresa (MT) em abril de 2023, que revelou a participação de um criminoso de São Paulo vinculado ao PCC (Primeiro Comando da Capital). A análise das operações da organização criminosa revelou que os principais fornecedores de armas e munições são Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores (CACs). Durante a investigação, foram encontrados vídeos que mostram um CAC ensinando técnicas de tiro de fuzil a membros da organização criminosa, destacando a integração entre esses fornecedores e os grupos criminosos.
A Operação Baal continua a ser uma parte fundamental do esforço das autoridades para combater o crime organizado e suas práticas violentas. As próximas etapas da operação e as investigações subsequentes visam identificar e prender outros envolvidos, além de esclarecer o papel dos CACs na facilitação do armamento para a organização criminosa.
A operação não apenas visa enfraquecer a capacidade da organização criminosa de realizar assaltos violentos, mas também destaca a importância de uma abordagem abrangente para combater a criminalidade. As autoridades planejam intensificar as operações e investigar mais profundamente as redes de fornecimento de armamento para assegurar que a justiça seja feita e a ordem pública seja restaurada.
As ações da Operação Baal refletem o compromisso contínuo das forças de segurança e do sistema judiciário em enfrentar o crime organizado e proteger as comunidades afetadas pelo “novo cangaço” e outras formas de violência.
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