Passageiros nos EUA receberão indenização por voos atrasados

Nova regra da administração Biden busca responsabilizar companhias aéreas por cancelamentos e atrasos, além de oferecer reembolso para refeições e hospedagem
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA

Nos últimos tempos, viajar de avião nos Estados Unidos transformou-se em um autêntico desafio para os passageiros. Atrasos, cancelamentos e falhas nos sistemas têm deixado muitos viajantes enfrentando custos inesperados nos aeroportos, sem qualquer compensação das companhias aéreas. Entretanto, essa situação pode estar prestes a mudar.

Conforme informações, o governo Biden está avançando com uma proposta que visa proporcionar alívio aos passageiros. A nova regulamentação, com previsão de implementação para janeiro de 2025, obrigará as companhias aéreas a compensarem financeiramente os passageiros em casos de cancelamentos controláveis ou atrasos que ultrapassem três horas. Além da compensação em dinheiro, as empresas deverão cobrir despesas com refeições e hospedagem.

Uma transformação significativa

Embora essa regra seja uma novidade nos EUA, ela não é inédita em outros países. Na União Europeia, normas semelhantes têm sido aplicadas por duas décadas, exigindo que as companhias aéreas compensem os viajantes com valores que variam de $275 a $660 (cerca de R$ 1.533 a R$ 3.682) em situações de cancelamentos ou atrasos prolongados. Com a introdução dessa nova norma nos EUA, as companhias aéreas precisarão seguir um padrão semelhante, proporcionando mais transparência e proteção aos passageiros.

Segundo especialistas, essa medida pode resultar em um aprimoramento no desempenho das companhias aéreas. Na Europa, onde as normas já são aplicadas, as taxas de pontualidade são significativamente mais altas. Isso sugere que a preocupação com compensações financeiras leva as empresas a operar de maneira mais eficiente. Vale destacar que, de acordo com a AirHelp, apenas 1% a 2% dos passageiros receberam compensação por interrupções no último ano.

Possível aumento nos preços das passagens

Embora haja receios sobre como a nova regra pode afetar o preço das passagens, estima-se que, se as companhias aéreas repassarem os custos das compensações aos consumidores, o acréscimo seria inferior a $1 (R$ 5,66) por bilhete. Esse valor é trivial se comparado aos benefícios que os passageiros poderiam obter, especialmente aqueles que frequentemente enfrentam longos atrasos ou cancelamentos.

Nos últimos quatro anos, as reclamações contra as companhias aéreas nos EUA aumentaram quatro vezes, superando 61 mil registros em 2023.

Aproximadamente 35% das queixas estavam relacionadas a problemas com voos, 20% a pedidos de reembolso e 16% a questões com bagagens. Apesar dos altos números, alguns sinais de melhoria são perceptíveis: as taxas de cancelamento diminuíram e a pontualidade teve um aumento nos últimos meses.

Atualmente, as companhias aéreas americanas adotam políticas distintas para lidar com voos interrompidos. Algumas oferecem remarcações e alimentação, enquanto outras vão além, proporcionando hospedagem e transporte terrestre. Contudo, nenhuma delas oferece compensação financeira aos passageiros impactados, algo que pode mudar com a nova proposta.

A administração Biden já implementou várias iniciativas para aprimorar os direitos dos passageiros nos últimos anos, como o reembolso automático e imediato em casos de cancelamento, além da proibição de taxas para assentos familiares.

A nova regra de compensação financeira representaria mais um avanço nesse sentido, alinhando os Estados Unidos a outros países que já adotaram políticas semelhantes.

 

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