Esquema vendia resoluções de provas por R$ 2 mil e já beneficiou dezenas de candidatos em faculdades particulares.
Por Ana Raquel |Gnewsusa
Na manhã desta quarta-feira 16 de outubro, a Polícia Federal (PF) deu continuidade à Operação Passe Livre, em sua 4ª fase, com foco em desarticular um esquema de fraude que facilitava o ingresso de candidatos em cursos de Medicina. O grupo criminoso, composto por pelo menos 30 investigados, oferecia serviços de resolução de provas e fornecimento de respostas para exames de vestibular em troca de pagamentos de R$ 2 mil.
A ação policial cumpriu 27 mandados de busca e apreensão nos estados do Pará, Piauí, São Paulo e Tocantins. A PF intensifica a coleta de provas para identificar novos envolvidos e aprofundar o mapeamento do esquema, que já impactou faculdades em diversas regiões.
De acordo com as informações da Polícia Federal, os investigados são responsáveis por resolver provas no lugar dos candidatos ou por enviar as respostas diretamente para os exames online, burlando sistemas de segurança. Em um dos casos, a fraude chegou a favorecer até nove candidatos simultaneamente, com membros da organização dividindo as tarefas para resolver as provas.
A Operação Passe Livre foi iniciada em fevereiro deste ano, com foco nas fraudes ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2022 e 2023. No decorrer das investigações, foram identificados ao menos 63 suspeitos e fraudes em quatro estados. A polícia destacou que o esquema criminoso conseguiu, em alguns casos, burlar as medidas de segurança das faculdades para permitir que terceiros tivessem acesso às questões dos vestibulares online.
A fraude, que cobrava cerca de R$ 2 mil dos beneficiários, gerava lucro para o grupo, que distribuía os ganhos entre seus integrantes. A PF relata que esse valor era dividido entre aqueles responsáveis por resolver as questões das provas e outros envolvidos. Os investigadores continuam monitorando transações financeiras para identificar novos envolvidos e obter provas concretas.
A PF ainda realiza a análise dos materiais apreendidos e promete novos desdobramentos na operação, com o intuito de impedir que o esquema continue beneficiando estudantes e identificando todos os envolvidos. A operação conta com o apoio do Ministério da Justiça e busca respostas para restabelecer a integridade dos processos seletivos de Medicina em várias faculdades do país.
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