Time que marcou a história por uma sequência de 44 derrotas pode conquistar seu primeiro título desde 1961, dependendo de uma vitória contra Cornell e um tropeço de Harvard.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
Por décadas, os Columbia Lions foram sinônimo de fracasso no futebol americano universitário, marcados por uma sequência histórica de 44 derrotas consecutivas nos anos 1980. No entanto, algo inimaginável está prestes a acontecer: o time está a apenas uma vitória, e uma combinação favorável de resultados de conquistar a Ivy League pela primeira vez desde 1961.
O cenário histórico
Os Lions nunca figuraram entre os gigantes do futebol universitário, como Alabama, Michigan ou Notre Dame. Pelo contrário, a equipe foi constantemente lembrada por sua irrelevancia no futebol americano. Desde 1974, Columbia teve apenas seis temporadas com mais vitórias do que derrotas e chegou a amargar campanhas inteiras sem vencer um único jogo.
Mas o cenário de 2023 é completamente diferente. Liderados pelo técnico novato Jon Poppe, os Lions têm mostrado um futebol competitivo e eficiente, desafiando expectativas. Sob o comando de Poppe, que nem era nascido durante a fatídica sequência de derrotas dos anos 1980, o Columbia está entre as melhores equipes da divisão em eficiência defensiva e tem um ataque muito mais consistente do que em qualquer outro momento de sua história recente.
A chance de ouro
Neste sábado, no norte de Manhattan, os Lions enfrentam o Cornell Big Red no último jogo da temporada regular. Para dividir o título da Ivy League com Harvard, Columbia precisa vencer sua partida e torcer para que o Harvard Crimson seja derrotado pelo Yale Bulldogs em Massachusetts. Caso ambos os resultados se concretizem, será um feito histórico: apenas o segundo título da Ivy League para os Lions, o primeiro em mais de seis décadas.
A Ivy League, conhecida por suas tradições, não adota playoffs nem critérios de desempate para definir o campeão. Isso significa que, em caso de empate, o título é compartilhado, o que adiciona um charme nostálgico à disputa.
Uma jornada de superação
A evolução do time de Columbia é notável. Em 2014, por exemplo, os Lions terminaram a temporada com um desastroso 0-10, incluindo uma derrota para Cornell em um jogo apelidado de “O pior jogo de futebol universitário na pior cidade do futebol universitário”. Naquela época, o time estava entre os piores em praticamente todas as estatísticas relevantes, como pontos permitidos, jardas corridas e eficiência de passe.
Hoje, a realidade é outra. Os Lions estão entre os dez melhores da divisão em defesa e na metade superior em eficiência ofensiva, um contraste marcante com seu histórico desanimador.
Paixão que persiste
Para os fãs de longa data, a possível conquista do título pelos Columbia Lions simboliza a realização de um sonho que parecia inalcançável. Muitos torcedores mantêm um vínculo profundo com o time, mesmo em períodos de adversidade, como nos anos 1990, quando as derrotas eram constantes e as vitórias, raras.
Essa eventual conquista pode ser comparada a uma redenção histórica, semelhante ao Buffalo Bills vencendo o Super Bowl, representando o triunfo de uma equipe que, ao longo de sua trajetória, raramente atendeu às expectativas. Embora os Lions já não carreguem mais o estigma de “pior time da história”, permanecem um exemplo de resiliência e superação, provando que até os maiores azarões podem alcançar a glória.
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