Insistência de Lula coloca Brasil sob mira de sanções dos EUA

Plano liderado por Lula enfrenta resistência dos EUA, com ameaça de sanções severas a países do bloco.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA 

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou claro que não tolerará iniciativas que busquem enfraquecer o dólar americano no cenário global. Após declarações do chanceler russo Sergey Lavrov, que apontou o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva como idealizador da proposta de um sistema de pagamento alternativo nos BRICS, Trump afirmou que países que tentarem desafiar o dólar enfrentarão pesadas tarifas.

“Exigimos que esses países se comprometam a não criar uma nova moeda do BRICS nem apoiar qualquer outra moeda que substitua o poderoso dólar americano, ou eles enfrentarão 100% de tarifas e deverão dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia norte-americana. Eles podem procurar outro ‘otário’”, escreveu Trump em suas redes sociais.

A postura firme de Trump reflete preocupações com a possível adoção de moedas locais ou alternativas para transações internacionais, movimento impulsionado por nações como Rússia e China, que buscam escapar do controle financeiro dos EUA. O plano dos BRICS inclui até mesmo sistemas paralelos ao SWIFT, a principal rede de mensagens de pagamentos bancários.

Riscos para o Brasil

A liderança de Lula nesse projeto coloca o Brasil em uma posição delicada, especialmente considerando a balança comercial deficitária com os Estados Unidos. Vito Villar, analista de política internacional, alerta que as tarifas prometidas por Trump poderiam impactar severamente a economia brasileira.

“O Brasil já será prejudicado diretamente porque essas tarifas serão aplicadas de forma ampla. Além disso, a dependência de importações dos EUA e o fortalecimento do dólar tornam esse cenário ainda mais desafiador para o país”, explicou Villar.

A visão é compartilhada por Vitélio Brustolin, da Universidade de Harvard, que acredita que as ameaças de Trump são sérias. “Se os países começarem a fazer negócio com as próprias moedas para driblar o dólar dos Estados Unidos – e isso interessa muito à Rússia e à China – a gente está correndo risco de sofrer sanções por causa disso. Não acho que é blefe”, afirmou.

Insistência de Lula

Apesar dos potenciais riscos, Lula mantém o tom desafiador. O presidente já questionou o papel central do dólar em discursos internacionais, como na ONU e em eventos do BRICS.

“Por que todos os países são obrigados a fazer seu comércio lastreado no dólar? Quem é que decidiu que era o dólar a moeda depois que desapareceu o ouro como paridade?”, disse Lula em viagem à China.

Além disso, ele critica organismos financeiros como o FMI, acusando-os de dificultar o acesso de países em desenvolvimento a recursos. Contudo, essa retórica pode sair cara para o Brasil, caso as ameaças de Trump se concretizem.

Brasil entre a diplomacia e as sanções

Enquanto Trump reforça sua posição de proteger a economia americana, o Brasil enfrenta um dilema: permanecer alinhado aos BRICS e arriscar retaliações ou priorizar relações comerciais com os EUA, que têm peso significativo para a economia brasileira.

O aviso de Trump é claro: “Não há nenhuma chance dos BRICS substituírem o dólar americano no comércio internacional, e qualquer país que tentar deve dizer adeus aos Estados Unidos.” O impacto dessa escolha poderá moldar o futuro econômico do Brasil nos próximos anos.

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