
Reconhecido como presidente eleito por vários países, ele promete retornar à Venezuela para tomar posse.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA
Edmundo González Urrutia, líder da oposição venezuelana, obteve oficialmente o status de asilado político na Espanha. A decisão foi anunciada nesta sexta-feira, 10, pelo ministro de Relações Exteriores do país, José Manuel Albares, após reunião entre os dois para debater a situação política da Venezuela.
Desde sua chegada à Espanha em 8 de setembro, González vinha aguardando o reconhecimento do asilo solicitado. Durante o encontro, González reiterou sua intenção de retornar à Venezuela e assumir a presidência em janeiro, mesmo diante do início de mais um mandato do ditador Nicolás Maduro, declarado presidente após eleições amplamente questionadas por fraude.
Perseguição e fuga
A perseguição ao opositor começou logo após as eleições de 28 de julho, quando ele foi alertado sobre uma possível prisão arbitrária.
“Um agente de segurança que trabalhava comigo me puxou de lado para dizer que havia recebido informações de que os órgãos de segurança estavam indo atrás de mim e que era melhor buscar refúgio”, relatou González.
Inicialmente, ele buscou abrigo na Embaixada da Holanda, em Caracas, onde permaneceu por mais de um mês. Em seguida, migrou para a residência do embaixador espanhol, antes de embarcar para a Espanha. No dia 2 de setembro, a Procuradoria-Geral venezuelana, sob controle chavista, emitiu um mandado de prisão contra ele, acusando-o de liderar uma investigação paralela que questionou o resultado das eleições.
De acordo com a oposição, González venceu Nicolás Maduro com aproximadamente 70% dos votos, embora o regime tenha declarado Maduro como vencedor.
Apoio internacional
Na Espanha, o líder opositor também foi recebido pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez, que reafirmou o compromisso do país com a democracia na Venezuela. “A Espanha continua a trabalhar a favor da democracia, do diálogo e dos direitos fundamentais do povo irmão da Venezuela”, afirmou Sánchez durante um encontro no Palácio La Moncloa.
González justificou sua decisão de buscar refúgio no exterior: “Eu poderia ter me escondido, mas precisava estar livre para poder fazer o que estou fazendo, transmitindo ao mundo o que está acontecendo na Venezuela, fazendo contatos com líderes mundiais.”
A posse de Edmundo González como presidente, reconhecida por países como os Estados Unidos e diversas nações europeias, está prevista para ocorrer em 10 de janeiro, quando Maduro dará início a mais um mandato contestado.
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