Crises no Autismo: compreendendo o shutdown e o meltdown

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Entenda as diferenças, causas e como lidar com essas manifestações comuns no TEA.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA

As crises de shutdown e meltdown são experiências intensas vividas por pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) diante de situações de estresse extremo ou sobrecarga sensorial. Embora sejam comportamentos diferentes, ambos refletem a dificuldade em processar estímulos e emoções no momento da crise.

O que são meltdown e shutdown?

Meltdown:
O meltdown é uma resposta externa de sobrecarga emocional ou sensorial. Durante a crise, a pessoa pode apresentar comportamentos como gritos, choro, agressividade (para si ou para os outros), movimentos repetitivos ou mesmo correr para longe do ambiente estressor. É uma tentativa de liberar a tensão acumulada e pode ser confundido com birra, especialmente em crianças, mas é uma reação involuntária.

Shutdown:
Já o shutdown é uma resposta interna à sobrecarga. Nesse caso, a pessoa “desliga” ou reduz drasticamente sua interação com o ambiente. Ela pode ficar em silêncio, evitar contato visual, assumir uma postura imóvel ou parecer distante. É como se o corpo e a mente recuassem para se proteger de um estímulo avassalador.

Causas comuns

Essas crises podem ser desencadeadas por diversos fatores, incluindo:

  • Sobrecarga sensorial: Luzes intensas, sons altos, cheiros fortes ou toque inesperado podem sobrecarregar o sistema sensorial.
  • Mudanças na rotina: Pessoas com TEA frequentemente têm dificuldade em lidar com alterações em sua rotina ou ambiente.
  • Demandas sociais: Interações sociais podem ser exaustivas e causar estresse.
  • Frustrações: Dificuldade em comunicar necessidades ou sentimentos pode levar à crise.

Diferenças fundamentais

Embora ambos sejam respostas à sobrecarga, o meltdown é mais visível e externo, enquanto o shutdown é interno e mais difícil de identificar. Em alguns casos, uma pessoa pode experimentar ambas as reações de maneira sequencial.

Como lidar durante a crise

  1. Manter a calma: Evite reagir de forma agressiva ou confrontadora.
  2. Reduzir estímulos: Diminua ruídos, luzes ou outros fatores que possam estar agravando a crise.
  3. Propor segurança: Afaste objetos que possam causar ferimentos e assegure que a pessoa está em um ambiente seguro.
  4. Não forçar interação: No caso de shutdown, respeite o tempo necessário para que a pessoa recupere o equilíbrio.
  5. Oferecer apoio depois da crise: Pergunte o que ajudaria a pessoa a se sentir melhor e mostre empatia.

A importância do conhecimento

Estudos publicados no Journal of Autism and Developmental Disorders indicam que famílias, cuidadores e profissionais de saúde que compreendem melhor as crises conseguem oferecer suporte mais eficaz, reduzindo o impacto emocional e físico dessas experiências. Além disso, terapias comportamentais, como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA), podem ajudar a desenvolver estratégias para gerenciar os fatores desencadeantes.

Entender as crises de shutdown e meltdown é fundamental para apoiar pessoas com TEA de maneira empática e eficiente. Reconhecer as diferenças, agir com calma e reduzir estímulos são passos essenciais para lidar com esses momentos. Educação e conscientização são ferramentas poderosas para construir um mundo mais acolhedor e inclusivo para todos.

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