
Cenário econômico desfavorável e incertezas fiscais geram preocupação no setor empresarial, que vê o futuro próximo com mais cautela.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA
Em dezembro, o Índice de Confiança Empresarial (ICE) revelou uma leve queda de 0,1 ponto, indo de 97,3 para 97,2 pontos. O índice, que reflete o sentimento dos empresários sobre a situação econômica do país, mostra um cenário de crescente insatisfação com o atual governo e as condições econômicas.
O estudo revela um cenário de crescente desconfiança entre os empresários, com as expectativas para o futuro apresentando um forte recuo. A instabilidade fiscal, tem gerado um ambiente desfavorável, no qual os empresários demonstram receio de que 2025 seja um ano ainda mais difícil. A falta de clareza nas políticas econômicas só aumenta essa preocupação, deixando o futuro mais incerto para quem depende da estabilidade do mercado.
“A confiança empresarial encerra 2024 indicando perda de fôlego da retomada observada ao longo do ano”, comentou Rodolpho Tobler, economista.
Enquanto alguns setores ainda reportam demanda aquecida, o aumento dos juros e a alta do dólar criam um ambiente de apreensão para os empresários. A pesquisa revelou que as expectativas de negócios para os próximos meses caíram 1 ponto, atingindo 95 pontos, refletindo a diminuição da confiança em relação ao futuro próximo.
O Índice de Expectativas Empresariais, que mede a projeção para os negócios daqui a seis meses, sofreu uma queda de 2,1 pontos, indo para 94,9 pontos.
Além da baixa confiança, o Brasil também enfrenta uma fuga de capitais sem precedentes desde a pandemia. Em 2024, o Banco Central registrou uma evasão de US$ 10,03 bilhões, com um montante significativo de recursos saindo do país em dezembro, o que gerou mais volatilidade no mercado cambial. As intervenções do BC, por meio de leilões de dólares, tentam contornar esse cenário, mas a falta de um controle fiscal eficiente alimenta as preocupações sobre o futuro econômico do Brasil.
Em meio a esse quadro, os empresários se mostram cada vez mais cautelosos, com a percepção de que 2025 será um ano repleto de desafios e incertezas econômicas, agravados pelas políticas do atual governo.
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