
Novo algoritmo detecta anomalias cerebrais invisíveis aos exames tradicionais.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
Pesquisadores da University College London (UCL) desenvolveram um algoritmo de inteligência artificial (IA) capaz de identificar pequenas anormalidades cerebrais associadas à epilepsia, especificamente a displasia cortical focal (FCD). Essa condição é uma das principais causas da epilepsia resistente a medicamentos e, muitas vezes, passa despercebida nos exames tradicionais de ressonância magnética.
O projeto Multicentre Epilepsy Lesion Detection (MELD) utilizou mais de 1.000 exames de ressonância magnética de pacientes ao redor do mundo para treinar o algoritmo, que analisou a espessura e as dobras do cérebro em aproximadamente 300.000 pontos por paciente. Como resultado, a IA conseguiu detectar anormalidades cerebrais em 67% dos casos analisados. Entre esses, 33% haviam sido considerados sem alterações nos exames convencionais.
Segundo os cientistas, essa descoberta pode transformar o tratamento da epilepsia, pois a identificação precisa dessas lesões aumenta as chances de um procedimento cirúrgico bem-sucedido, possibilitando até a cura para alguns pacientes.
“Esperamos que essa tecnologia ajude a identificar anormalidades que antes eram perdidas e permita que mais pessoas possam ser consideradas para cirurgias curativas”, explicou a Dra. Sophie Adler, uma das autoras do estudo publicado na revista Brain.
Atualmente, cerca de 1% da população mundial tem epilepsia, e entre 20% e 30% dos pacientes não respondem ao tratamento com medicamentos. Em crianças submetidas à cirurgia para controle da epilepsia, a FCD é a causa mais comum da doença.
A pesquisa representa um avanço significativo para a medicina, permitindo que médicos tenham acesso a diagnósticos mais precisos e aumentando as possibilidades de tratamento para milhares de pessoas que convivem com a epilepsia.
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