
Presidente argentino quer maior integração com os Estados Unidos e aposta na flexibilização do bloco
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Javier Milei pretende propor aos países do Mercosul a negociação de um acordo de livre comércio com os Estados Unidos. No entanto, caso Brasil, Paraguai e Uruguai não aceitem avançar nessa direção, a Argentina pode seguir sozinha e buscar um entendimento direto com o governo americano.
Os coordenadores do Mercosul terão uma reunião em Buenos Aires nesta semana, e um dos principais debates será justamente a possibilidade de flexibilizar as regras do bloco para negociações comerciais. Atualmente, as normas determinam que qualquer acordo que envolva redução de tarifas precisa ser fechado em conjunto pelos países-membros, mas Milei defende uma mudança que permita maior autonomia para cada nação.
Relação com Trump fortalece planos de Milei
A aproximação entre Milei e Donald Trump tem sido um fator chave para essa estratégia. O presidente argentino foi o primeiro líder estrangeiro a se reunir oficialmente com Trump após a eleição do republicano no ano passado. O presidente dos EUA também já indicou que vê com bons olhos uma parceria comercial com a Argentina.
“Considerarei qualquer coisa. E a Argentina, sem dúvida, acho que ele [Javier Milei] é genial. Acho que ele é um grande líder. Está fazendo um ótimo trabalho. Está fazendo um trabalho fantástico. Ele resgatou o país do esquecimento”, afirmou Trump recentemente.
A posição de Milei representa um contraste com a postura adotada por governos anteriores da Argentina, que mantinham uma relação mais distante dos Estados Unidos. Agora, o foco é fortalecer os laços e abrir espaço para acordos que impulsionem a economia argentina.
Tensões comerciais nos EUA podem acelerar negociações
O cenário internacional também pode influenciar os desdobramentos dessa iniciativa. Na semana passada, Trump confirmou a aplicação de tarifas de 25% sobre produtos importados da China, México e Canadá. Como resposta, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciou que o Canadá retaliará com tarifas de 25% sobre US$ 155 bilhões em produtos americanos.
A escalada da disputa comercial se intensificou ainda mais quando a China decidiu adotar uma nova taxa de 15% sobre produtos agrícolas e alimentos americanos. Em meio a esse contexto, a Argentina vê uma oportunidade para ampliar sua presença no mercado dos Estados Unidos e estabelecer novos termos comerciais que favoreçam sua economia.
Se os demais países do Mercosul não aderirem à proposta, Milei já deixou claro que a Argentina não pretende ficar para trás e seguirá em busca de novos acordos internacionais.
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