
Operação Emergentes mira organização criminosa que usava mergulhadores para acoplar drogas em navios rumo à Europa.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (11), a Operação Emergentes, uma ação coordenada para desmantelar uma rede de tráfico internacional de drogas que utilizava mergulhadores para esconder cocaína em navios cargueiros com destino à Europa. A operação acontece simultaneamente em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Portugal, onde são cumpridos sete mandados de prisão e 26 mandados de busca e apreensão.
A investigação aponta que os criminosos atuavam no Porto de Santos (SP), o maior do Brasil, onde a droga era inserida nos cascos das embarcações antes de partirem para o continente europeu. Além do tráfico de drogas, o grupo também é investigado por lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A operação conta com o apoio da Polícia Militar em algumas regiões e envolve cooperação jurídica internacional para o cumprimento dos mandados em território estrangeiro. Além das prisões e buscas, a Justiça determinou o bloqueio e o sequestro de bens e valores dos suspeitos, visando enfraquecer financeiramente a organização criminosa.
Investigação teve origem na Operação Sólis, de 2021
As investigações que resultaram na Operação Emergentes começaram a partir de prisões realizadas na Operação Sólis, em 2021, quando as autoridades começaram a mapear o esquema sofisticado utilizado pelos traficantes.
Nos últimos anos, a PF tem intensificado o combate ao tráfico internacional de drogas por meio do uso de mergulhadores e compartimentos ocultos em navios cargueiros, uma prática que tem se tornado cada vez mais comum no Brasil.
Casos recentes reforçam o crescimento dessa estratégia criminosa:
• Junho de 2023: Um mergulhador foi preso após acoplar 100 kg de cocaína no casco de um navio.
• Agosto de 2023: As autoridades encontraram 114 kg da mesma droga escondidos em uma embarcação que seguiria para a Europa.
Além disso, no ano passado, uma operação da PF desarticulou um grupo criminoso que movimentou R$ 2,8 bilhões e enviou 17 toneladas de cocaína para a Europa. Todo o material pertencia à mesma organização investigada agora.
Esquema utilizava mergulhadores e logística sofisticada
As investigações apontam que os criminosos recrutavam mergulhadores altamente treinados para acoplar os carregamentos de cocaína na parte externa dos navios, especialmente no sistema de entrada de água dos cascos das embarcações. Esse método dificulta a detecção da droga pelas autoridades portuárias.
Além disso, a rede criminosa contava com um forte esquema de lavagem de dinheiro, utilizando empresas de fachada e transações financeiras fraudulentas para ocultar os lucros obtidos com o tráfico internacional.
A Operação Emergentes busca desarticular toda a estrutura da organização criminosa, desde os mergulhadores até os responsáveis pelo envio das drogas e a movimentação do dinheiro ilícito.
Próximos passos e balanço da operação
Ao longo do dia, a Polícia Federal deve divulgar um balanço com informações sobre as apreensões e o número total de mandados cumpridos. A cooperação internacional com Portugal pode resultar em novas prisões e aprofundar as investigações sobre a atuação da rede criminosa na Europa.
A Operação Emergentes reforça o compromisso da PF em combater o tráfico de drogas e enfraquecer financeiramente as organizações criminosas que operam internacionalmente.
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