
Manifestação pacífica reuniu dezenas de milhares de brasileiros que pedem anistia e demonstram força ao lado do ex-presidente.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA
Milhares de pessoas ocuparam a Avenida Paulista neste domingo (6), em um ato de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro e em defesa da anistia aos manifestantes presos pelos acontecimentos de 8 de janeiro. Vestidos de verde e amarelo, os manifestantes chegaram cedo e lotaram os arredores do Masp, em um protesto pacífico que expressou o sentimento de indignação e clamor por justiça que cresce entre os brasileiros.
Estimativas indicam um número expressivo de pessoas — em torno de 44,9 mil — e até mesmo levantamentos mais tradicionais apontam cerca de 55 mil presentes.
O que se viu nas ruas foi uma verdadeira demonstração de força e união popular.
Débora dos Santos foi lembrada com grande emoção pelo público presente. Cumprindo prisão domiciliar, ela ficou conhecida por escrever “perdeu, mané” com batom vermelho na estátua da Justiça, em Brasília, no dia 8 de janeiro. O gesto, que marcou simbolicamente aquele momento, transformou Débora em um ícone para os que defendem a liberdade dos patriotas e a revisão das punições impostas.
Durante o ato, Bolsonaro fez questão de destacar o drama vivido por Débora dos Santos e sua família, mencionando com emoção o impacto da prisão sobre seus filhos pequenos.
“Estamos aqui impulsionados pelo episódio da Débora”,afirmou o ex-presidente, ao chamar ao palco a mãe e a irmã da cabeleireira.

Em sua fala, ele expôs a dor da separação entre mãe e filhos, chamando atenção para a desproporcionalidade da pena:
“Se a missionária [mãe de Débora] chora pela ausência da filha de 39 anos, imagine o quão chora a Débora pelos seus filhos de 10 e 7 anos de idade. Você, mãe, imagine, por dois anos, dormir e acordar sem o calor dos seus filhos ao seu lado. Não tenho adjetivo para qualificar quem condena uma mãe de dois filhos a uma pena tão absurda, por um crime que ela não cometeu.”
Michelle Bolsonaro, segurando um batom, destacou o nome de Débora como um símbolo da resistência:“Débora dos Santos se tornou um símbolo da luta pela justiça no Brasil”, afirmou a ex-primeira-dama.
Michelle também mencionou o caso de Adalgiza Maria Dourado, de 65 anos, que foi condenada a 14 anos de prisão.
A ex-primeira-dama destacou o sofrimento enfrentado por Adalgiza na cadeia, onde ela tem lidado com episódios graves de depressão e crises de ansiedade. Para muitos, sua condenação representa um exemplo claro de injustiça e de um sistema que tem agido com severidade excessiva contra cidadãos comuns.
Durante o protesto, Bolsonaro também fez um pronunciamento contundente, rebatendo as acusações de que teria participado de qualquer articulação para um golpe de Estado.
“Só um psicopata para dizer que houve uma tentativa armada de golpe”, declarou.
O ex-presidente também respondeu às acusações de que teria tentado acionar o chamado “sítio de defesa” para se manter no poder. O termo se refere a uma medida prevista na Constituição que permite ao presidente da República, em situações excepcionais, como grave instabilidade institucional, solicitar ao Congresso Nacional a decretação do estado de sítio — ou seja, uma medida temporária e extrema que amplia os poderes do Executivo e restringe garantias individuais. Bolsonaro, no entanto, negou qualquer intenção ou movimento nesse sentido:
“Quando falam do ‘sítio defesa’, que eu queria dar o golpe em cima disso, o primeiro movimento para o ‘sítio defesa’ é convocar conselhos, nem isso foi convocado, nem ato preparatório houve”, explicou.

Ele também demonstrou indignação com as pesadas penas aplicadas aos participantes dos atos de 8 de janeiro, considerando-as desproporcionais: “A luta é pela liberdade dessas pobres pessoas, que estão condenadas a penas de até 17 anos de cadeia”, disse.
“Aqui tem um montão de policial militar que já prendeu muito vagabundo, duvido que a maioria desses criminosos puxaram uma cana de 17 anos. Isso é maldade, uma desumanidade.”
Ao final de sua fala, Bolsonaro criticou diretamente o Supremo Tribunal Federal e não hesitou em declarar sua desconfiança sobre o resultado das eleições de 2022: “O golpe foi dado”, afirmou. “O candidato deles está lá”, referindo-se ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ato deste domingo escancarou a crescente insatisfação da população brasileira, que clama por liberdade, respeito aos direitos individuais e, acima de tudo, anistia para os patriotas injustamente condenados.
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