Brasil e Bolívia estão prestes a serem certificados como livres da febre aftosa sem vacinação

Mais de 65% do rebanho bovino da América do Sul já está em áreas livres da doença; conquista é fruto de cooperação entre setores público e privado.
Por Paloma de Sá|GNEWSUSA

A América do Sul está prestes a alcançar um marco histórico na pecuária: a erradicação completa da febre aftosa sem necessidade de vacinação. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), dois terços dos bovinos da região vivem em áreas livres da doença. Com os avanços recentes no Brasil e na Bolívia, mais de 80% do rebanho do subcontinente se encontra em zonas sem registro do vírus.

A certificação oficial para Brasil e Bolívia será concedida em maio, reconhecendo os dois países como livres da febre aftosa sem a necessidade de vacinação. O anúncio foi feito após uma reunião de dois dias em Santa Cruz, na Bolívia, que apresentou os resultados mais recentes da campanha de erradicação da doença.

Resultado de cooperação entre governos e iniciativa privada

Segundo a Opas, o sucesso é fruto de um esforço conjunto entre os setores público e privado, coordenado pela Comissão Sul-Americana de Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa), ligada ao Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária (Panfatosa).

O diretor da Opas, Jarbas Barbosa, destacou que a cooperação intersetorial tem sido essencial para alcançar resultados sustentáveis. Ele enfatizou a abordagem “Uma Só Saúde”, que integra os cuidados com a saúde humana, animal e ambiental.

Competitividade e segurança alimentar

Eliminar a febre aftosa sem a dependência da vacinação não apenas representa um avanço sanitário, mas também traz benefícios econômicos diretos. A medida reduz significativamente os custos de manutenção da sanidade animal e amplia a competitividade dos países sul-americanos nos mercados internacionais.

A febre aftosa é uma doença viral altamente contagiosa que afeta o gado e pode ter sérios impactos econômicos, comprometendo a segurança alimentar e os sistemas de produção.

Prevenção continua sendo essencial

Mesmo com a eliminação da doença, os países seguem atentos a possíveis riscos. A Bolívia, por exemplo, firmou um protocolo de intenções para garantir o acesso rápido a vacinas em caso de surtos inesperados. A iniciativa, já adotada pelo Paraguai e pelo Equador, busca fortalecer os mecanismos de resposta emergencial na região.

A América do Sul já passou de 35% para 65% do rebanho em áreas sem vacinação, e a expectativa é que esse número continue crescendo com o avanço das estratégias de controle sanitário e vigilância ativa.

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