
Treinamento em Pesqueira reuniu 25 agentes indígenas e destacou uso de armadilhas tecnológicas para monitoramento do Aedes aegypti.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
Com o objetivo de reforçar as ações de prevenção e controle das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti — como dengue, Zika e chikungunya —, o Ministério da Saúde promoveu um treinamento intensivo para agentes indígenas de saúde na cidade de Pesqueira, no Agreste pernambucano. A capacitação aconteceu entre os dias 2 e 4 de abril e contou com a participação de 25 agentes atuantes em áreas indígenas do município.
A ação foi articulada por diversas instituições, incluindo a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), a organização social Moscamed Brasil, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) e a gestão municipal de Pesqueira.
Conhecimento e tecnologia no combate ao vetor
Durante os três dias de atividades, os participantes receberam orientações detalhadas sobre as melhores práticas para eliminar focos do mosquito, com foco em ações de vigilância, limpeza de ambientes e descarte correto de resíduos que podem acumular água. Um dos principais destaques do treinamento foi a introdução de tecnologias de monitoramento entomológico, como as ovitrampas — armadilhas simples e de baixo custo que capturam os ovos depositados pelo Aedes aegypti.
Além disso, foram instaladas 22 ovitrampas e quatro armadilhas para captura de mosquitos adultos nas comunidades indígenas da região. Essas ferramentas permitem acompanhar a presença do vetor de forma mais precisa, avaliar a eficácia das medidas de controle e agir de forma rápida quando há aumento da infestação, contribuindo significativamente para a redução da transmissão das arboviroses.
Formação profissional como estratégia de enfrentamento
O combate ao Aedes aegypti também passa pela qualificação dos profissionais de saúde. Na última terça-feira (8), o Ministério da Saúde anunciou um conjunto de novas medidas para intensificar o enfrentamento da dengue em todo o país. Uma das principais ações é o reforço na capacitação da força de trabalho do SUS.
A partir deste mês, serão disponibilizadas 50 mil novas vagas no curso autoinstrucional de Dengue, oferecido pela Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS). O objetivo é melhorar a formação técnica dos profissionais para que possam atuar de forma mais eficaz no atendimento à população e na prevenção da doença.
Nos próximos 100 dias, conteúdos educativos e informativos também serão encaminhados a 50 mil agentes comunitários de saúde (ACSs), profissionais do programa Mais Médicos e médicos residentes. A estratégia inclui ainda a realização de um webinário com as lideranças do Mais Médicos, com expectativa de alcançar mais de 20 mil pessoas, promovendo o compartilhamento de estratégias de combate ao mosquito e troca de experiências.
Parceria e protagonismo local
A iniciativa em Pesqueira reforça o papel fundamental das populações indígenas no enfrentamento às doenças endêmicas, valorizando o protagonismo local e promovendo a integração entre saberes tradicionais e conhecimento técnico-científico. Ao capacitar agentes indígenas, o Ministério da Saúde amplia o alcance das ações de vigilância e assegura que a informação e a prevenção cheguem até as comunidades mais remotas.
- Leia mais:
Faça um comentário