Governo Lula tenta sufocar PL da Anistia com ameaças a deputados da base aliada

Pressões do Planalto expõem autoritarismo contra parlamentares que apoiam perdão a presos do 8 de janeiro; oposição denuncia retaliações e reforça defesa da anistia.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA 

O governo Lula deu início a uma ofensiva contra deputados da própria base aliada que ousaram apoiar o pedido de urgência para o Projeto de Lei que concede anistia aos presos do 8 de janeiro de 2023. A proposta ganhou força após a oposição protocolar o pedido na última segunda-feira (14), somando 262 assinaturas — cinco a mais que o mínimo necessário.

A resposta do Palácio do Planalto foi imediata e contundente: segundo apuração, ao menos 146 parlamentares ligados a partidos com ministérios no governo petista entraram no radar de retaliação. As ameaças incluem o atraso no pagamento de emendas orçamentárias e o possível corte de indicações para cargos nas bases eleitorais dos deputados que desafiaram a orientação governista.

Os números mostram que o apoio à anistia vai além das fronteiras da oposição tradicional. O União Brasil lidera com 40 assinaturas, seguido pelo Progressistas (35), Republicanos (28), PSD (23) e MDB (20). A adesão expressiva de partidos do chamado “Centrão” incomodou profundamente o núcleo duro do governo.

O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), criticou a tentativa de intimidação por parte do governo e adotou nova tática para garantir transparência e dificultar a retirada das assinaturas:

“Devido às notícias recebidas que o governo está pressionando os deputados a retirar assinaturas, mudei a estratégia e agora estou protocolando o documento e ficam públicos todos [os nomes dos] que assinaram. O governo não vai nos pegar de surpresa mais”, afirmou.

A movimentação escancarou a estratégia do governo petista de usar a máquina pública como forma de coerção política, num gesto autoritário que ignora a independência do Legislativo. Deputados agora precisam apresentar pedido formal por escrito caso queiram retirar suas assinaturas, o que aumenta a exposição dos parlamentares e a cobrança de seus eleitores — muitos dos quais apoiam a anistia por enxergarem exagero nas prisões relacionadas ao 8 de janeiro.

Apesar da tentativa do governo de esvaziar o debate, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), autorizou que os deputados votassem remotamente, o que impediu o controle total do Planalto e manteve vivo o avanço do PL da Anistia.

Em vez de respeitar o posicionamento legítimo de parlamentares que ouviram suas bases e decidiram apoiar o projeto, o governo optou por usar chantagens institucionais. A ofensiva de Lula contra a anistia não é apenas uma resposta política, mas uma demonstração de desprezo à vontade de parte expressiva do Congresso — e, por consequência, da população.

A oposição segue firme na articulação para levar o projeto à votação o mais breve possível. Em tempos de polarização e perseguição, o debate sobre a anistia ganha contornos de luta democrática. E muitos enxergam no PL não apenas um gesto de pacificação, mas uma correção de excessos cometidos em nome da “justiça”.

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