
Avanços no combate à doença podem ser comprometidos por cortes de financiamento e desafios crescentes, especialmente na África e na Amazônia.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
A Organização Mundial da Saúde (OMS) renovou o apelo por ações reforçadas em todos os níveis — das políticas globais à mobilização comunitária — para acelerar a eliminação da doença.
Apesar dos progressos alcançados, a malária ainda representa uma grave ameaça à saúde pública, sendo responsável pela morte de quase 600 mil pessoas apenas em 2023. A África continua sendo a região mais afetada, concentrando cerca de 95% dos casos globais a cada ano.
Avanços e desafios na erradicação da malária
Atualmente, 45 países e um território receberam certificação da OMS como livres da malária, e muitos outros com baixa incidência seguem firmes no objetivo de erradicá-la. Entre os 83 países onde a doença permanece endêmica, 25 registraram menos de 10 casos no ano passado. No entanto, a OMS alerta que essas conquistas são frágeis e exigem manutenção constante.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, enfatizou que a história prova ser possível derrotar a malária com forte vontade política, investimentos contínuos, ações coordenadas entre setores e o envolvimento ativo das comunidades.
Financiamento em risco e avanços com novas vacinas
Recentemente, a OMS alertou para o impacto negativo dos cortes de financiamento previstos para 2025, que podem comprometer ainda mais o combate à malária em países endêmicos. Mais da metade dos 64 Escritórios Nacionais da OMS nesses países relatou interrupções moderadas ou graves nos serviços de controle da doença.
Apesar das dificuldades, o desenvolvimento e a introdução de novas vacinas e tecnologias estão trazendo avanços. Em 2025, o Mali se juntará a outros 19 países africanos na aplicação de vacinas contra a malária em crianças, o que deverá salvar milhares de vidas todos os anos.
No entanto, os progressos são ameaçados pela fragilidade dos sistemas de saúde, resistência a medicamentos e inseticidas, além de fatores como mudanças climáticas, conflitos, pobreza e deslocamentos populacionais.
Estratégias globais e ações na Amazônia
Mais países estão priorizando o combate à malária como questão nacional, como evidenciado pela Declaração de Yaoundé, assinada em 2024 por ministros da Saúde de 11 nações africanas. Além disso, a distribuição de mosquiteiros de última geração, com maior eficácia contra a doença, já representa 80% dos itens entregues na África Subsaariana em 2023.
Desde os anos 2000, os esforços globais de combate à malária impediram mais de 2 bilhões de casos e evitaram quase 13 milhões de mortes.
Na América do Sul, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) firmou um acordo com o Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe para intensificar as atividades de controle da malária em regiões de fronteira da Amazônia — área crítica onde 70% dos casos na região foram detectados em 2023.
A parceria visa reduzir as desigualdades em saúde e fortalecer a cooperação entre Bolívia, Brasil e Peru, beneficiando principalmente comunidades indígenas que continuam entre as mais vulneráveis à doença.
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