Deputada classifica como autoritária e inconstitucional a ordem de prisão e o bloqueio de redes sociais de sua mãe e filho.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) voltou a ser alvo de decisões judiciais do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Além da ordem de prisão preventiva expedida nesta quarta-feira (4), Moraes determinou o bloqueio de redes sociais vinculadas à parlamentar, mas foi além: atingiu também contas do filho, João Zambelli, de apenas 17 anos, e da mãe, Rita Zambelli, pré-candidata a deputada federal.
A justificativa do magistrado foi a necessidade de “cessar a ameaça de lesão a direito e garantir a aplicação da lei penal”. No entanto, para Zambelli, a decisão representa mais um capítulo de uma escalada autoritária, que ela promete denunciar em instâncias internacionais.
“O ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio da conta de Instagram do meu filho, João Zambelli, um jovem de apenas 17 anos que está iniciando sua trajetória na vida pública. Com isso, não atacou apenas a deputada ou a cidadã Carla Zambelli. Ele atacou uma mãe.”, declarou em nota à imprensa.
Zambelli também se manifestou sobre o bloqueio das redes de sua mãe: “Não bastasse isso, mandou também bloquear as contas da minha mãe, Rita Zambelli, que é pré-candidata a deputada federal. Ao fazer isso, atinge não apenas a cidadã, mas também a filha.”
A ordem de Moraes inclui perfis como “CarlaZambelli”, “ZambelliOficial”, “joaozambelli_sp” e “ZambelliRita_”, abrangendo plataformas como GETTR, Meta, LinkedIn, TikTok, X, Telegram e YouTube. As empresas responsáveis tiveram até duas horas para cumprir o bloqueio, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. Também foi imposta à deputada uma multa de R$ 50 mil por qualquer nova publicação — feita por ela ou terceiros — que, segundo Moraes, reiterem condutas criminosas.
Prisão preventiva e críticas à legalidade da medida
A deputada também reagiu com veemência à ordem de prisão preventiva, determinada a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que alegou risco de fuga e continuidade de atos ilícitos. Zambelli foi condenada a 10 anos e 8 meses de prisão pela suposta invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mas classifica o processo como repleto de ilegalidades.
“A decisão que determina minha prisão é ilegal, inconstitucional e autoritária. Nossa Constituição é clara: um deputado federal só pode ser preso em flagrante e por crime inafiançável. Nada disso ocorreu. Ainda assim, um único ministro decidiu, de forma monocrática, rasgar o devido processo legal, ignorar a imunidade parlamentar e violentar a democracia.”
A PGR também solicitou a inclusão do nome de Zambelli na lista vermelha da Interpol, o confisco de seus bens e contas bancárias, e a suspensão de seu passaporte — medidas que a defesa da parlamentar considera desproporcionais e politicamente motivadas.
Denúncia internacional e defesa das liberdades
A deputada promete denunciar o caso “em todos os fóruns internacionais possíveis” e alerta para o que classifica como um avanço autoritário por parte do Judiciário. Em sua nota oficial, ela foi direta:
“Esses títulos — de mãe, de filha e de deputada — me foram dados por Deus e pelo povo. Denunciarei esse abuso, essa perseguição e essa escalada autoritária em todos os fóruns internacionais possíveis. O mundo precisa saber que, no Brasil, ministros do Supremo agem como imperadores, atropelando leis, calando vozes, destruindo famílias.”
Zambelli reforça que não se trata apenas de uma perseguição pessoal, mas de um movimento que ameaça os pilares democráticos do país: “Essa perseguição política está apenas começando a ser exposta.”
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