Operação Chrysós mobiliza agentes federais e autoridades trabalhistas para desmantelar grupo transnacional envolvido em crimes graves como trabalho forçado, contrabando e tráfico de pessoas.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Em uma ação coordenada entre a Polícia Federal, o Ministério do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho, foi deflagrada nesta terça-feira (15) a Operação Chrysós, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa transnacional responsável por uma série de crimes graves, incluindo redução à condição análoga à escravidão, contrabando, falsificação, tráfico de pessoas e exploração de mão de obra estrangeira.
A investigação identificou que o grupo atuava no recrutamento de cidadãos paraguaios, que eram trazidos ilegalmente ao Brasil para trabalhar em uma fábrica clandestina de cigarros instalada em Ourinhos, interior de São Paulo. A entrada no território nacional se dava por rotas terrestres, especialmente pela fronteira entre o Paraguai e o Paraná, com apoio logístico dos próprios membros da quadrilha.
Segundo as apurações, os trabalhadores viviam em condições degradantes e insalubres, submetidos a jornadas exaustivas, sem comunicação com o mundo externo e com total restrição de liberdade. Eles dormiam no próprio local de trabalho, em alojamentos improvisados, enquanto produziam cerca de 60 mil maços de cigarros por dia.
A Justiça Federal autorizou o cumprimento de sete mandados de busca e apreensão, duas prisões preventivas e o sequestro de bens avaliados em até R$ 20 milhões, nos estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. A ação representa uma ofensiva importante contra o trabalho escravo contemporâneo e a produção ilegal de produtos nocivos à saúde, com impactos sociais e econômicos relevantes.
Além do tráfico de pessoas e da exploração de estrangeiros, a organização também será responsabilizada por crimes contra as relações de consumo, falsificação de marca e produção de substância nociva, considerando a ilegalidade e os riscos dos produtos fabricados.
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