Justiça dos Estados Unidos determina fiança para imigrante deportado por engano que voltou ao país

O salvadorenho residia em Maryland quando foi deportado e preso em El Salvador, apesar de uma ordem judicial que proibia seu envio ao país de origem, devido ao risco de perseguição por gangues.

Por Chico Gomes | GNEWSUSA

O imigrante Kilmar Abrego, que retornou aos Estados Unidos após ser deportado de forma equivocada, ganhou o direito de liberdade mediante o pagamento de fiança. A Justiça dos EUA determinou que o salvadorenho seja liberado, enquanto aguarda o julgamento por acusações de contrabando de pessoas.

Em sua deliberação, a juíza distrital Waverly Crenshaw, de Nashville, confirmou a decisão de um magistrado, segundo a qual a promotoria não ofereceu provas suficientes de que Abrego representa uma ameaça à segurança pública ou que existe risco de fuga.

Mesmo com a decisão judicial, o imigrante provavelmente continuará sob a custódia da Justiça dos EUA, temendo que a ordem possa desencadear uma possível nova deportação. Os próprios advogados de Abrego pediram que a decisão fosse suspensa por 30 dias, mantendo-o em detenção enquanto avaliam os próximos passos do processo.

O governo Trump já disse que se Abrego for liberado da custódia criminal, será imediatamente levado para um centro de detenção de imigrantes e enfrentará uma segunda deportação para um país que não seja El Salvador. Esses procedimentos podem levar à deportação de Abrego dos EUA antes do julgamento criminal.

Deportação e retorno aos EUA

Natural de El Salvador, Abrego morava em Maryland quando foi deportado e preso em El Salvador em março deste ano, apesar de uma determinação judicial de 2019 que proibia seu envio para o país de origem, devido ao risco de perseguição por gangues. Em junho, o governo levou Abrego de volta aos EUA e o acusou de participar de uma rede de contrabando de imigrantes ilegais e de ser membro da organização criminosa MS-13.

Os advogados de Abrego, que se declarou inocente, afirmaram que o governo apresentou as acusações no intuito de encobrir violações contra os direitos de seu cliente. O salvadorenho nega qualquer vínculo com gangues, mas dois promotores federais asseguram que ele está envolvido com viagens de contrabando de pessoas, enfrentando, inclusive, denúncias de que maltratava passageiros.

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