
Secretário de Estado Marco Rubio classifica regime venezuelano como “organização criminosa” e envia tropas para interceptar tráfico de drogas que ameaça os EUA.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira (14) uma movimentação estratégica no sul do mar do Caribe, com o envio de tropas aéreas e navais, conforme declarado pelo secretário de Estado Marco Rubio. A ação tem como objetivo central prender traficantes latino-americanos, associados, segundo a Casa Branca, diretamente ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Maduro como “Organização Criminosa”
Rubio reforçou a narrativa de que Maduro lidera uma rede criminosa transnacional. “O Cartel dos Sóis é uma organização criminosa das mais complexas que existem. O regime de Maduro não é um governo, é uma organização criminosa. Eles tomaram o controle do território de um país e estão ameaçando os EUA e os países vizinhos”, afirmou o secretário. Ele destacou que essas operações visam interceptar o tráfico que leva “veneno” aos Estados Unidos, garantindo a segurança nacional.
Em declarações recentes, Rubio explicou que muitos desses grupos atuam em águas internacionais, contando com a cooperação de diferentes países. “São grupos que atuam nas águas internacionais. Muitos países cooperam conosco. Alguns desses grupos levam veneno aos EUA e eles serão confrontados”, disse ele, enfatizando a necessidade de ação imediata contra essas ameaças.
Fontes militares venezuelanas minimizaram a possibilidade de um ataque direto, mas reconheceram que a presença de aviões e navios americanos funciona como demonstração de força.
Ordem Executiva de Trump e Estratégia Militar
O anúncio acompanha uma ordem executiva assinada pelo ex-presidente Donald Trump, que orienta o Pentágono a usar força militar contra cartéis latino-americanos identificados como organizações terroristas. A medida autoriza ações diretas em alto-mar e em outros territórios, como forma de combater o tráfico de drogas que afeta os EUA.
Segundo o especialista em História Militar, Henry Navas Nieves, os Estados Unidos aprenderam com conflitos passados no Iraque e no Afeganistão, evitando confrontos diretos sempre que possível. “Desde Obama, se caracterizou um novo modelo de guerra dos EUA contra países em expansão. Eles abandonaram confrontações armadas diretas e aprenderam que foi possível derrubar Muammar Gaddafi na Líbia sem colocar nenhum soldado. E eles aplicam e replicam isso. O uso de forças militares próprias é inconveniente nesses casos e eles usam o assédio e as medidas coercitivas unilaterais”, explicou.
Pressão Econômica e Recompensa por Maduro
Desde as eleições municipais de 27 de julho, a retórica dos EUA contra Maduro se intensificou. A procuradora-geral americana, Pamela Bondi, anunciou a apreensão de mais de US$ 700 milhões em bens do presidente venezuelano, incluindo “mansões, carros, aviões e joias”.
Os Estados Unidos também elevaram para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à captura de Nicolás Maduro, reforçando a pressão internacional sobre o líder venezuelano.
Apoio da Oposição e Estratégia Regional
Figuras da oposição venezuelana, como a ex-deputada María Corina Machado, elogiaram a postura dos EUA, agradecendo a Trump pela “pressão para derrotar essa organização criminosa”.
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