
Organização criminosa fornecia arsenal para facções rivais e até para atiradores registrados; ação policial apreende dezenas de armas e prende suspeitos.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Uma investigação de meses resultou, nesta segunda-feira (18/8), em uma grande ofensiva contra o crime organizado em Governador Valadares, no Leste de Minas Gerais. A Operação Senhores da Guerra, coordenada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/MG), revelou a existência de uma rede de fornecimento de armamentos que operava com alto nível de sofisticação.
O esquema surpreendeu os investigadores pela forma de atuação: o grupo não apenas abastecia facções criminosas da cidade com fuzis, pistolas e coletes balísticos, como também negociava munições com pessoas que possuíam registros regulares de armas, incluindo membros do segmento CAC (Colecionadores, Atiradores e Caçadores).
“Era um comércio paralelo, travestido de legalidade, que burlava a fiscalização e colocava armamento de guerra em circulação”, explicou um dos investigadores.
A organização tinha dois chefes principais, que centralizavam a compra dos equipamentos bélicos. Outros cinco integrantes eram encarregados de distribuir as armas e de movimentar o estoque clandestino.
Entre os presos está um instrutor de tiro e armeiro local, apontado como peça-chave do esquema. Ele cuidava da manutenção dos armamentos e fazia a ponte entre os criminosos e compradores interessados.
O grupo também produzia ilegalmente um acessório que transformava fuzis em armas ainda mais letais, permitindo disparos em rajada — tecnologia proibida para civis.
A Justiça autorizou a apreensão de mais de 40 armas de fogo, cujos registros agora serão cassados. Além disso, foram expedidos oito mandados de prisão, sendo dois preventivos e seis temporários.
A ofensiva nasceu a partir de informações levantadas pela Operação Muro de Ferro, deflagrada em fevereiro, que serviu de base para identificar a cadeia criminosa.
Autoridades destacam que o desmonte da rede deve reduzir significativamente a capacidade de fogo das facções locais. “Retirar essas armas de circulação é mais do que uma ação policial: é um passo importante para enfraquecer o crime organizado na região”, ressaltou a FICCO/MG.
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