Condenado pelo assassinato dos pais em 1989, o irmão mais novo da dupla Menendez foi considerado um risco à segurança pública; decisão ocorre após redução de pena que o tornava elegível ao pedido.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Erik Menendez, de 54 anos, teve negada sua primeira solicitação de liberdade condicional nesta quarta-feira (21). Condenado junto ao irmão mais velho, Lyle, pelo assassinato dos pais em 1989 em Beverly Hills, o norte-americano foi considerado pela comissão do Departamento dos Serviços de Correção e Reabilitação da Califórnia como alguém que “ainda representa um risco inaceitável para a segurança pública”.
A decisão ocorreu meses depois de a Justiça ter reduzido a pena de prisão perpétua sem possibilidade de condicional para 50 anos, medida que abriu a chance de pedido de revisão da pena. No entanto, o histórico de Erik dentro da prisão pesou contra a libertação.
Comissão aponta falta de disciplina na prisão
Durante a audiência, que durou o dia inteiro, o comissário Robert Barton foi enfático ao afirmar que a decisão não se limitou à gravidade do crime de 1989, mas sim ao comportamento reiterado de indisciplina ao longo dos anos.
O relatório cita uso frequente de celulares não autorizados, envolvimento em atividades de gangues, compra de drogas, participação em um esquema de fraude fiscal, brigas com outros detentos e diversas outras infrações.
“Ao contrário do que os seus apoiadores acreditam, você não tem sido um prisioneiro exemplar, e isso preocupa-nos”, declarou Barton. “Acredito em redenção, mas com base nos padrões legais, determinamos que continua a representar um risco à segurança pública.”
Defesa alega mudança de comportamento
Participando da audiência por videoconferência, Erik reconheceu seu histórico de irregularidades, mas alegou que até recentemente não via motivos para obedecer às regras, uma vez que acreditava não ter qualquer chance de deixar a prisão.
“A partir de novembro de 2024, as consequências passaram a importar. Significava que eu estava destruindo a minha vida”, afirmou, em referência ao momento em que a revisão da pena reacendeu a possibilidade de liberdade.
Apesar da argumentação, a comissão composta por dois membros decidiu negar a liberdade condicional por um período de três anos. Somente após esse prazo Erik poderá apresentar um novo pedido.
O crime que chocou os Estados Unidos
O caso Menendez ganhou repercussão mundial em 1989, quando Lyle, então com 21 anos, e Erik, de 18, assassinaram a tiros os pais, José e Kitty Menendez, na casa da família em Beverly Hills. O pai era um influente executivo da indústria do entretenimento.
Durante os julgamentos, os irmãos alegaram ter agido por medo de que José planejasse matá-los para esconder anos de abusos sexuais cometidos contra Erik. O primeiro julgamento terminou sem veredicto, mas no segundo a promotoria sustentou que o crime havia sido motivado pela herança milionária.
Caso volta à mídia com documentários
Mais de três décadas depois, a história voltou a atrair atenção após a Netflix lançar, em 2024, uma série ficcional inspirada no caso, além de um documentário que reacendeu o debate sobre as alegações de abuso e a motivação real do crime.
O irmão mais velho, Lyle Menendez, também terá sua audiência de liberdade condicional ainda nesta semana.
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