
Merkel disse que não seguiria um caminho diferente diante das alternativas que tinha na época
Por Chico Gomes | GNEWSUSA
Em entrevista à emissora pública alemã ARD, como parte de um documentário que foi ao ar na última segunda-feira (25), a ex-chanceler alemã Angela Merkel sugeriu que não se arrepende de sua decisão de acolher milhares de imigrantes sírios em 2015. Ela apontou que o país fez progressos significativos na integração desses refugiados.
Questionada a respeito disso, Merkel disse que não seguiria um caminho diferente diante das alternativas que tinha na época, mesmo admitindo que a consequente entrada em massa de imigrantes no país contribuiu para o fortalecimento da ultradireita alemã, que empunhou a pauta anti-imigração.
“Isso certamente tornou a AfD mais forte”, reconheceu, referindo-se ao partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha. Entretanto, ponderou que isso não a impediria de tomar uma decisão que considerava “correta, razoável e humana”.
Sobre a adaptação desses imigrantes à Alemanha, a ex-chanceler declarou que é um processo, que segue avançando. “Até agora, conquistamos muito”, afirmou. “E o que ainda precisa ser feito deve continuar sendo feito.”
Merkel abriu as portas da Alemanha para refugiados da Síria
No mês de agosto de 2015, em meio a uma das maiores crises migratórias vivenciadas pela Europa, o governo de Merkel permitiu a entrada de milhares de pessoas que fugiam principalmente do regime sírio de Bashar al-Assad. Foi uma decisão voluntária, considerando que o sistema comum de asilo não obriga a Alemanha a assumir tal responsabilidade automaticamente.
Merkel afirmou na entrevista que sabia que a decisão seria desafiadora, mas se disse surpresa com a frequência que isso era usado contra ela. A conservadora, que governou a Alemanha de 2005 a 2021, declarou que tinha esperanças no povo alemão e não acreditava que o país seria sobrecarregado pela decisão.
“A Alemanha é um país forte. No geral, eu estava convencida de que a Alemanha conseguiria lidar com isso”, falou, afirmando que a única maneira de enfrentar a crise na época seria impedir a entrada de refugiados à força. “Eu jamais teria estado disposta a fazer isso”, ressaltou.
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