
Taxa nacional é quase o dobro da média global; especialistas apontam pandemia, sedentarismo e ultraprocessados como principais causas.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
A obesidade infantojuvenil avança de forma preocupante no Brasil e já atinge quase um terço da população jovem. De acordo com o Observatório de Saúde na Infância da Fiocruz, 31,2% dos adolescentes brasileiros entre 10 e 18 anos apresentavam excesso de peso em 2022, colocando o país acima da média global de 18,2% .
Pandemia agravou a situação
O isolamento social durante a pandemia de Covid-19 contribuiu para o agravamento do quadro. Entre 2019 e 2021, a proporção de adolescentes com excesso de peso cresceu 17,2%, enquanto entre crianças de até 5 anos a alta foi de 6,08%. Embora em 2022 tenha ocorrido uma pequena redução (4,8%), os índices continuam elevados .
Brasil acima da média global
A taxa nacional de adolescentes acima do peso (31,2%) é quase o dobro da média global, estimada em 18,2%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2024). Levantamento recente do Sistema Único de Saúde (SUS) reforça esse cenário: em 2023, 31,37% dos adolescentes atendidos tinham excesso de peso e 12,75% eram obesos, o que representa mais de 2,1 milhões e 891 mil jovens, respectivamente.
Principais fatores de risco
Especialistas apontam que o aumento da obesidade entre adolescentes está relacionado ao consumo elevado de alimentos ultraprocessados, sedentarismo, excesso de publicidade direcionada ao público infantil e à falta de infraestrutura urbana para atividades físicas. Esse ambiente é classificado como “obesogênico”, facilitando hábitos alimentares inadequados e reduzindo oportunidades de práticas saudáveis.
Impactos e custos para a saúde
A obesidade precoce eleva o risco de diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares já na juventude, além de afetar autoestima, desempenho escolar e desenvolvimento social. De acordo com estudo publicado pelo PubMed em 2025, a progressão da obesidade entre adolescentes custou ao SUS mais de US$ 107,5 milhões em despesas hospitalares entre 2013 e 2022.
O avanço da obesidade infantil e adolescente no Brasil exige respostas urgentes. Pesquisadores recomendam regulação da publicidade de alimentos ultraprocessados, fortalecimento da educação alimentar nas escolas, incentivo à atividade física e integração entre famílias e unidades de saúde. Sem essas medidas, o país corre o risco de formar uma geração inteira exposta precocemente a doenças crônicas e impactos econômicos duradouros.
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