Relatos de Tagliaferro citam fraude processual, perseguição a políticos de direita e relatórios retroativos no STF e TSE
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
O Senado Federal deve apreciar, na próxima terça-feira (9), o relatório final da Comissão de Segurança Pública que reúne documentos apresentados pelo perito Eduardo Tagliaferro. O material, que traz denúncias envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, será encaminhado não apenas a órgãos brasileiros, mas também ao governo dos Estados Unidos.
Segundo Tagliaferro, os arquivos digitalizados e periciados foram enviados previamente a autoridades norte-americanas, com o objetivo de evitar qualquer contestação sobre a autenticidade. As informações teriam ligação com suposta fraude processual em operações que atingiram empresários associados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) já havia adiantado que as denúncias também seriam apresentadas ao gabinete do presidente dos EUA, Donald Trump, fortalecendo a dimensão internacional do caso.
Estados Unidos na jogada
A decisão de compartilhar o relatório com Washington decorre de requerimento aprovado após audiência no Senado. O movimento ganha força porque o Tesouro norte-americano já incluiu Moraes em sanções da Lei Magnitsky, que prevê restrições financeiras por supostas violações de direitos.
De acordo com o perito, as novas informações podem ampliar o alcance das restrições, atingindo antigos auxiliares tanto de Moraes quanto do procurador-geral Paulo Gonet.
Denúncias sobre o TSE
Durante sua fala no Senado, Tagliaferro alegou que, em 2022, Moraes teria autorizado operação contra empresários acusados de apoiar um golpe de Estado, com elaboração retroativa de relatórios. Ele também declarou que equipes do TSE e do STF teriam direcionado investigações para políticos e comentaristas de direita.
Segundo o perito, até mesmo postagens em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, uso de camisas amarelas ou críticas ao candidato Lula teriam sido levados em conta na manutenção de prisões após os atos de 8 de janeiro de 2023.
A resposta do ministro
Em nota oficial, o gabinete de Alexandre de Moraes negou irregularidades e afirmou que todas as solicitações e relatórios seguiram as normas regimentais. De acordo com a manifestação, os documentos produzidos descreviam apenas “postagens ilícitas”, repassadas à Polícia Federal com ciência da Procuradoria-Geral da República.
A PGR também foi comunicada das medidas, segundo a nota, que reforça a regularidade dos procedimentos.
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