Brasil reforça combate à dengue com expansão do método Wolbachia no DF e Goiás

Foto: internet
Tecnologia inovadora contra arboviroses beneficiará mais de 758 mil pessoas e reforça estratégia nacional de enfrentamento à dengue, Zika e chikungunya
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

O Ministério da Saúde inaugurou, nesta terça-feira (9), em Brasília, a biofábrica destinada à produção de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, tecnologia que impede a transmissão da dengue, Zika e chikungunya. Com a ação, o Distrito Federal, Valparaíso (GO) e Luziânia (GO) passam a adotar oficialmente o método, que integra a Estratégia Nacional de Enfrentamento às Arboviroses e deve beneficiar diretamente 758 mil pessoas.

O lançamento contou com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, da vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Priscila Ferraz Soares, da secretária de Vigilância em Saúde, Mariângela Batista Galvão Simão, do CEO da Wolbito do Brasil, Luciano Moreira, além de outras autoridades. Ao todo, foram investidos R$ 9,7 milhões na implementação.

Resultados recentes e impacto regional

Segundo dados oficiais, o Brasil registrou uma queda de 75% nos casos de dengue entre 2024 e 2025. No Distrito Federal, a redução chegou a 96%, enquanto Goiás apresentou queda de 71%. Apesar dos avanços, o Ministério reforça que a vigilância deve ser contínua. Somente em 2025, até a semana epidemiológica 35, o DF registrou 8.592 casos prováveis da doença, com um óbito confirmado. Já Goiás contabilizou 90.990 casos e 70 mortes.

Padilha destacou que o país vive um momento de conquistas no combate às arboviroses, mas ainda precisa manter o alerta. “A biofábrica vai impactar mais de 758 mil pessoas. Esse é um exemplo de como o Brasil pode ensinar o mundo a enfrentar a dengue, unindo ciência, inovação e o SUS”, afirmou. O ministro adiantou ainda que será realizado um Dia D nacional de mobilização contra a dengue ainda neste semestre, com foco especial nas escolas.

Como funciona o método

O método Wolbachia consiste em introduzir uma bactéria presente em mais da metade dos insetos do planeta dentro do mosquito Aedes aegypti. Essa bactéria não transmite doenças e bloqueia a multiplicação dos vírus da dengue, Zika e chikungunya dentro do inseto. Quando liberados no ambiente, os mosquitos com Wolbachia se reproduzem com a população local, espalhando gradualmente a bactéria e reduzindo a capacidade de transmissão das arboviroses.

A tecnologia é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e já foi testada com sucesso em cidades como Niterói (RJ), onde a queda dos casos de dengue chegou a 88,8%.

Produção e expansão

Os mosquitos que abastecerão o DF e as cidades goianas serão produzidos na biofábrica inaugurada em Curitiba (PR) em julho de 2025, com capacidade de gerar até 100 milhões de ovos por semana. A seleção dos municípios prioritários foi baseada em indicadores epidemiológicos, considerando locais com maior histórico de transmissão da doença.

De acordo com Priscila Ferraz, da Fiocruz, a chegada do método representa “um avanço estratégico do SUS, que alia ciência de ponta a políticas públicas para salvar vidas”.

Estratégia nacional

Além da expansão do Wolbachia, o Ministério da Saúde mantém ações estruturadas em seis eixos: prevenção, vigilância, controle do vetor, organização da rede assistencial, resposta a emergências e participação comunitária. O monitoramento inclui a análise de sorotipos em circulação e vigilância genômica, com dados divulgados de forma transparente.

Os guias de manejo clínico da dengue e da chikungunya foram atualizados em 2024, e profissionais de saúde seguem recebendo capacitação por meio da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS).

  • Leia mais:

https://gnewsusa.com/2025/09/brasil-avanca-em-direcao-a-certificacao-internacional-de-eliminacao-da-transmissao-vertical-do-hiv/

https://gnewsusa.com/2025/09/flamengo-contesta-punicao-a-bruno-henrique-e-nega-manipulacao-de-resultado/

https://gnewsusa.com/2025/09/nfl-torcedor-dos-bills-e-banido-dos-estadios-apos-agredir-jogadores-dos-ravens/

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*