Apurações revelam fraudes ligadas a 187 contribuintes, com prejuízo de mais de R$ 240 milhões
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Uma ação integrada da Receita Federal e da Polícia Federal revelou, nesta semana, novas ramificações de um esquema de fraudes tributárias que vinha sendo praticado por uma consultoria de fachada. A investigação, batizada de Operação Quimera Fiscal, identificou que uma empresa de Piracicaba (SP) usou R$ 41,5 milhões em compensações indevidas para tentar reduzir tributos.
De acordo com as autoridades, a investigação atual já soma indícios de irregularidades em 187 contribuintes, distribuídos por 65 cidades em 14 estados, com um impacto aos cofres públicos que pode superar R$ 244 milhões. O suposto mentor do grupo utilizava cinco CPFs obtidos de forma ilegal para aplicar parte dos golpes.
Fraudes também em Campinas e região
Além de Piracicaba, a operação mapeou contratos fraudulentos em cidades da região de Campinas. Empresas de Socorro, Valinhos e Vinhedo foram vítimas do esquema, registrando R$ 1,57 milhão em compensações indevidas.
Segundo a investigação, os contratos com a falsa consultoria fizeram com que empresários acreditassem estar reduzindo legalmente seus impostos. Contudo, além de pagarem altas taxas, eles acabaram expostos a fiscalizações futuras e poderão ter o patrimônio bloqueado.
Como funcionava o golpe
As apurações mostram que a suposta consultoria oferecia aos clientes “soluções” para quitar ou reduzir tributos. O funcionamento do esquema seguia este padrão:
Eram oferecidas cessões fictícias de crédito tributário;
Processos judiciais verdadeiros eram usados para dar aparência de legalidade;
Os clientes, acreditando estar em situação regular, pagavam até 70% do valor que “economizavam” em impostos;
O grupo lavava os valores recebidos em imóveis e bens de luxo, tanto no Brasil quanto no exterior.
A Receita Federal destacou os efeitos danosos da prática:
“Além de causar prejuízo aos cofres públicos, esse tipo de golpe prejudica a concorrência no mercado, já que as empresas atendidas pela falsa consultoria pagam menos impostos no curto e médio prazo.”
O órgão alertou ainda que os próprios contratantes dos serviços saem prejudicados:
“Até mesmo o contribuinte é prejudicado, já que, além de pagar por serviços que se revelarão fraudulentos, ele sofrerá fiscalizações que redundarão na cobrança dos débitos indevidamente compensados e de multas e poderá ter seu patrimônio bloqueado, além de potencialmente responder por crime contra a ordem tributária.”
Reincidência: da Operação Ornitorrinco à Quimera Fiscal
Não é a primeira vez que o grupo é investigado. Em março de 2024, a consultoria já havia sido alvo da Operação Ornitorrinco, quando foram identificados R$ 231 milhões em fraudes que envolviam 210 contribuintes em 67 cidades de 15 estados.
Apesar da ofensiva anterior, o esquema foi mantido e se expandiu, o que levou à deflagração da nova etapa, agora com foco nas ramificações descobertas em 2025.
Leia mais
Coreia do Sul negocia retorno de cidadãos presos em megaoperação da imigração nos EUA
Argentina fecha Eliminatórias na liderança e Bolívia surpreende ao garantir vaga na repescagem
Português é preso após oferecer dinheiro em vídeo para matar brasileiros
Faça um comentário