
Com Malafaia, Nikolas e Gayer à frente, mais de 2 mil manifestantes voltam às ruas para pedir liberdade aos presos do 8 de Janeiro e criticar o governo Lula
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
A capital federal foi novamente palco de manifestações da direita brasileira, que segue pressionando o Congresso pela anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. O evento, que reuniu 2.080 pessoas, segundo estimativas dos organizadores, ocorreu na tarde desta terça-feira (7) em Brasília, com concentração em frente à Catedral Metropolitana e caminhada até a Praça dos Três Poderes.
O ato foi convocado pelo pastor Silas Malafaia e pelos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, e contou com a presença de figuras de destaque do PL (Partido Liberal), incluindo os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO) — que se tornaram as principais vozes no trio elétrico. Também marcou presença Michelle Bolsonaro, esposa do ex-presidente, acompanhando o evento ao lado de outros líderes do PL.
Durante o evento, Gustavo Gayer destacou o crescimento do movimento pela anistia nos últimos meses, comparando com os primeiros protestos após os episódios de 8 de janeiro.
“Eu me lembro da 1ª manifestação depois do 8 de Janeiro, quando estávamos em 1.000 pessoas. Naquela época, falar sobre anistia era motivo de piada. Hoje, estamos aqui com mais de 2.000, mostrando que a direita não se cala e não tem medo de lutar pela justiça”, afirmou o parlamentar.
Já Nikolas Ferreira, em discurso aplaudido, criticou a esquerda e exaltou a mobilização popular da direita, mesmo em dias úteis.
“Pode marcar manifestação pra domingo, pra madrugada ou pro meio da semana — a direita vai estar na rua. Sabe por quê? Porque o que nos move não é grana, não é projeto de poder. O que nos move é um Brasil diferente. Um Brasil verde e amarelo”, declarou, sob aplausos e bandeiras erguidas.
Entre os presentes, diversos políticos e lideranças conservadoras reforçaram o caráter político do movimento e a defesa dos presos e investigados pelos atos de 2023. Estiveram no ato Hélio Lopes (PL-RJ), Julia Zanatta (PL-SC), Valdemar Costa Neto, presidente do PL, além de Zé Trovão (PL-SC), Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Bia Kicis (PL-DF), Magno Malta (PL-ES), Rogério Marinho (PL-RN), Éder Mauro (PL-PA), Alberto Fraga (PL-DF) e Joaquim Passarinho (PL-PA).
O evento aconteceu na mesma semana em que o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do Projeto de Lei da Anistia, admitiu ter discutido mudanças no texto com aliados do governo. O tema, que tem gerado forte reação da base conservadora, é visto por parlamentares da direita como um passo essencial para restabelecer a justiça e a pacificação nacional, após o que consideram excessos nas condenações de 8 de janeiro.
A Caminhada pela Anistia, como foi batizada por seus organizadores, reforça o movimento da direita em retomar protagonismo nas ruas, com bandeiras nacionais, cartazes pedindo “liberdade” e críticas ao governo Lula.
Apesar do tom pacífico, as falas reforçaram o discurso de resistência e inconformismo com as condenações e com o que consideram uma “caça política” contra apoiadores do ex-presidente Bolsonaro.
O ato terminou sem registros de confusão e foi acompanhado por efetivo reforçado da Polícia Militar do Distrito Federal, que bloqueou parte das vias centrais da Esplanada dos Ministérios para garantir a segurança dos participantes.
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