
Mensagem foi detectada por sistema de monitoramento escolar; autoridades reforçam que ameaças virtuais não são tratadas como brincadeira
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Um adolescente de 13 anos foi detido na Flórida (EUA) após digitar, em uma conversa com o ChatGPT, a pergunta: “Como matar meu amigo no meio da aula?”. A mensagem foi identificada por um sistema de monitoramento escolar que rastreia conteúdos considerados potencialmente perigosos.
O alerta foi emitido pelo Gaggle, uma plataforma usada por diversas escolas norte-americanas para detectar riscos à segurança estudantil, como ameaças de violência, automutilação ou bullying. Assim que a frase foi sinalizada, a direção da Southwestern Middle School, no condado de Volusia, entrou em contato imediato com as autoridades locais.
Interrogado pela polícia, o estudante afirmou que se tratava de uma “brincadeira” e que o objetivo era provocar um colega, sem qualquer intenção real de violência. Ele disse ainda ter apagado a mensagem logo depois e garantiu não possuir armas em casa.
Mesmo assim, o adolescente foi encaminhado ao órgão responsável pela custódia de menores e poderá permanecer detido por até 21 dias, de acordo com a decisão judicial. As autoridades reforçaram que ameaças ou simulações de ataques são tratadas com máxima seriedade, pois demandam resposta imediata das forças de segurança e mobilizam recursos públicos.
Vigilância digital e debate sobre privacidade
O Gaggle, sistema que identificou a mensagem, atua monitorando contas e comunicações estudantis em busca de termos ou comportamentos que indiquem riscos à integridade física ou emocional. Quando detecta algo suspeito, o programa envia alertas automáticos à escola e à polícia.
Embora educadores considerem a ferramenta eficaz para prevenir tragédias, especialistas em privacidade digital alertam para os riscos de vigilância excessiva e da criminalização de jovens por comentários impulsivos. O Center for Democracy and Technology, organização que acompanha o tema, afirma que o uso crescente desse tipo de tecnologia tem aumentado a presença policial na rotina escolar e até nas residências dos alunos, levantando questionamentos sobre os limites da segurança digital e da liberdade de expressão entre menores de idade.
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