
Empresário de 35 Anos Assume a Presidência Após Eleições Marcadas por Violência e Desafios
Por Camila Fernandes | GNEWSUSA
Nesta segunda-feira (16) o empresário de 35 anos, Daniel Noboa, fez história ao ser eleito como o presidente mais jovem do Equador, após conquistar o segundo turno das eleições realizadas no domingo (15).
Noboa, assegurou a vitória com uma margem de quatro pontos percentuais sobre sua rival de esquerda, Luisa González, após a contagem da maioria dos votos. González reconheceu sua derrota e parabenizou o novo presidente.
Em seu discurso de vitória, Noboa afirmou seu compromisso em “devolver o sorriso e a paz ao país”.
A campanha eleitoral foi marcada por níveis de violência sem precedentes, culminando no trágico assassinato do candidato Fernando Villavicencio, poucos dias antes do primeiro turno, em agosto. As estatísticas de homicídios no Equador quadruplicaram entre 2018 e 2022, e pesquisas de opinião pré-eleitorais indicaram que a segurança era a principal preocupação dos eleitores.
Acompanhado por uma forte presença militar em sua sede eleitoral em Olon, província de Santa Elena, Noboa declarou
“Amanhã começaremos a trabalhar por um novo Equador, para reconstruir um país fustigado pela violência, pela corrupção e pelo ódio”.
Analistas ressaltam que o empresário, com pouca experiência política, enfrentará desafios significativos na resolução dos problemas de segurança e crescimento econômico do país durante seu mandato, que será limitado devido à antecipação das eleições após a dissolução do parlamento pelo presidente cessante, Guillermo Lasso, diante de um processo de impeachment.
Noboa cumprirá o mandato iniciado por Lasso, que se encerrará em maio de 2025. Posteriormente, terá a opção de concorrer a um segundo mandato.
Ao longo de sua campanha, o novo líder equatoriano prometeu combater as poderosas gangues do país, muitas das quais operam dentro de prisões, propondo isolar os criminosos mais perigosos em navios-prisão ao largo da costa. Além disso, comprometeu-se a reforçar a segurança nas fronteiras e nos portos equatorianos, visando paralisar as principais rotas de tráfico de drogas.
Quanto à economia, imersa em uma crise desde a pandemia, Noboa propõe ampliar as oportunidades de emprego para os jovens, principalmente por meio de parcerias público-privadas, incentivando empresas nacionais e estrangeiras.
Graduado pela Universidade de Harvard, o candidato ganhou popularidade entre os jovens eleitores com perspectivas limitadas para o futuro. Contudo, críticos apontam que ele provém de uma das famílias mais influentes do Equador. O jovem Noboa é filho e herdeiro do magnata da banana Álvaro Noboa, que tentou, sem sucesso, a presidência em cinco ocasiões.
A vitória de Noboa é vista por muitos no Equador como um sinal do cansaço dos eleitores em relação ao Movimento da Revolução Cidadã e ao seu líder, Rafael Correa.
Correa presidiu o país de 2007 a 2017, sendo posteriormente condenado por irregularidades de campanha, e atualmente vive exilado na Bélgica, mantendo uma influência considerável na política equatoriana.
Luisa González foi a candidata escolhida a dedo por Correa, prometendo reinstaurar muitos dos programas sociais implementados durante seu mandato. Apesar de ter liderado no primeiro turno, a advogada de 45 anos não conseguiu conquistar novos eleitores suficientes antes da segunda votação, especialmente entre os jovens. Após sua derrota, González emitiu uma nota conciliatória, afirmando: “Para aqueles que não votaram em nós, felicito-os porque o seu candidato venceu e, como equatorianos, eu os abraço. Isto é a democracia”.
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