Clientes de empresa que envia contêiners para o Brasil denunciam atendimento e possíveis golpes

Quem mora no exterior e tem enviado caixas ao Brasil por meio de contêineres tem sofrido com a Receita Federal, que tem retido os envios. Mas para clientes de uma empresa, a situação é ainda pior, já que eles não sabem nem se os envios foram realizados. Para falar sobre isso, o repórter investigativo Thathyanno Desa falou com consumidores da GE Moving, de Geraldo Pereira, e da péssima maneira como ele presta o serviço e atendimento.

Ivan Martins fez o despacho de caixas no dia 22 de fevereiro. Leonardo Coelho, no dia 21 de abril. Já Erika Costa, no dia 29 de junho. O que todos eles têm em comum? Esperam, há mais de seis meses pela chegada das caixas, e mais do que isso, por respostas.

“Ele não está sando o suporte para nós consumidores. Zero. Além de ameaças que ele faz, não dá satisfação, ele mente, não tem documentos que comprovem a entrega das nossas caixas. Estamos aqui reivindicando os nossos direitos. Fomos até a delegacia e que ele comprove que essas caixas saíram daqui dos EUA, coisa que ele não tem apresentado para o delegado de Everett. Ele está levando papeis que não tem nada a ver com o contêiner. E ele não está fazendo um favor. Nós pagamos por isso”, disse Erika.

“Não é pelo valor que está dentro das caixas. É assistência. Ele não dá. Não dá notícia. A gente liga pedindo notícia e a única coisa que ele fala é que as caixas estão presas, trata a gente mal, não atende o telefone. Ele foi na minha casa, levou duas caixas, colocou na van dele, paguei, mas quando a gente liga pedindo para solucionar o problema, ele diz que não pode fazer nada. A transportadora é responsável pela mercadoria. Tem alguma mentira envolvida nisso. Ele não passa a numeração do contêiner, o que aconteceu, se as caixas foram enviadas ou se não foram. Minha mãe ligava todo dia tentando saber onde as caixas estavam, e ele dizia, meio grosso, ‘a senhora tem que aguardar. Acha que as suas caixas foram enviadas de avião’. E eu disse para ela parar de entrar em contato que eu ia resolver”, contou Leonardo.

O número de pessoas lesadas é grande. Tanto que organizaram um grupo no WhatsApp que possui mais de 50 vítimas. “O que deixa a gente mais insatisfeito, é que vemos as outras companhias com advogados, despachantes, rastreio. Em momento ele ofereceu uma opção de seguro, em nenhum momento ele manda um código de rastreio. Cada hora fala uma mentira diferente. Primeiro fala que a mercadoria foi para a Espanha. Depois para o Pará. Depois ao porto de Santos. Cada hora dá uma desculpa diferente, mas nunca diz se essas caixas saíram. Queremos ser tratados decentemente, pois pagamos pelo serviço. Não estamos nos eximindo de pagar as taxas. Mas ele nunca deu essa opção. Não fornece ao delegado o telefone do despachante, telefone do advogado. Ele ameaça, chama a gente de mentiroso, que se quisesse resposta que fosse na delegacia buscar. Mas a gente não contratou o delegado. Contratou a GE Moving. E ele continua passando a perna em mais pessoas”, completa Erika.

Leonardo conta que desde o início desconfiou da empresa e de Geraldo, mas mesmo assim, a mãe dele quis fazer o envio das caixas pela GE Moving. “É difícil. Eu tentei intervir, para que a minha mãe não mandasse as caixas com ele. Eu sou cismado com as coisas. Quando ele chegou aqui em casa, eu fiz várias perguntas. Primeiro a secretária ele estava preenchendo o recibo. Eu perguntei em quanto tempo as caixas chegariam, e ele disse que em uns três meses. Depois eu perguntei se não tinha seguro, e ele disse que não. Perguntei de rastreamento e ele disse que não funcionava, que isso era só para comer o dinheiro. Sendo que eu fiz isso com outra empresa e funcionou tudo da melhor maneira possível”, conta.

Erika conta que a primeira caixa dela, chegou aberta e com coisas faltando. E já que Geraldo se nega a enviar os comprovante de envio, a suspeita é que as caixas não foram enviadas. “Estamos inconformados que nada está acontecendo com esse senhor. Ele continua aplicando golpe. E para mim isso é golpe. Quando você trata o seu consumidor, da forma como está tratando, e não fornece nenhum tipo de comprovante de envio, desrespeita o consumidor, chama o consumidor de mentiroso. Para mim isso é crime. Isso é golpe. Até quando ele vai continuar com essa empresa aberta, aplicando golpes? Eu mandei duas caixas para o Brasil. Uma delas chegou aberta e faltando coisas. Sendo que quem faz a entrega dele no Brasil é o filho dele. E qualquer desculpa que ele dá, diz que foi a Receita Federal, a gente tem que aceitar. Fizemos um grupo com mais de 50 pessoas. Sabe quantas foram na delegacia? Somente oito. A gente tem que se unir para que esse safado, desculpe o termo, pare de aplicar golpes. Ele tem que entregar um comprovante de envio. E não envia nada. A gente leva a suposição no grupo que essas caixas não foram enviadas. Ele diz que foram, então que apresente os comprovantes que foram. Se tem que pagar para liberar, a gente paga, mas ele não dá essa opção. Ele não atende, bloqueia, trata a gente com desrespeito. Trata a gente como retardado. Já não é nem pelas caixas. É por respeito. Aqui as leis funcionam. Ele rouba pessoas, mas me ligaram em off falando do caráter do Geraldo. Cadê a lei? Esse cara é um criminoso. Quando abre uma companhia e não cumpre a lei, é um criminoso”.

Erika buscou uma solução através da lei. Já Leonardo tentou contato com Geraldo inúmeras vezes. E nunca teve uma resposta. “Ele só diz tá indo, tá indo. Tem que esperar. Depois que disse que as caixas estavam presas no porto de Santos. Mas isso vem com uma notificação. E se ele fosse uma pessoa decente, passaria o número dos contêineres. Mas é só mentira. Enganando os clientes. Não estou preocupado com as caixas, mas da maneira como ele age. Ele acha que é intocável. E uma vez, disse que se a gente procurasse a Justiça, iríamos entrar em um problema, porque ele está coberto pela lei”.

Já Ivan leu uma mensagem enviada por Geraldo. “Você não está no grupo que me denunciou na polícia, falou que eu estava roubando as caixas de vocês? Vocês são covardes”, diz trecho da mensagem.

Erika contou que investigou e quando começa a dar problema, ele vende a companhia e faz outra. “Ele entrega meia dúzia de caixas, faz o grupo e diz que é bonzinho”.

Thathyanno contou que não é a primeira vez que ele lida com o Geraldo. Que em uma outra empresa, ele vendeu, mas ficou com o número de telefone. E chegou a vender a empresa pela segunda vez. A mesma empresa para duas pessoas diferentes. “Liguei para o Geraldo, pedi documentos, coisas que qualquer empresa séria faz. As empresas mandam links para poder acompanhar a caixa. Mas o Geraldo não tem resposta e diz que o despachante dele no Brasil não autoriza a mostrar documento. Você é um vagabundo. Pegou a caixa, pegou o dinheiro dessas pessoas. Não contate ele. Não tem responsabilidade. Olha como trata as pessoas. Existe o crime, mas a vítima tem medo de pedir ajuda, porque acha que vai ser deportado. Então ele deita e rola. Mas isso vai acabar. Eu falei com ele por telefone, e ele fica rindo e intimidando. Procure seus direitos. Você não vai ser deportado, você não vai ser preso. É a pior empresa dos Estados Unidos. O cara nem sabe falar. Não tem paciência de falar. Não fez nenhum atendimento a quem estava esperando. Intimida as pessoas. Não deixe esse cara entrar na sua casa para pegar caixa. Geraldo Pereira. Não confie neste nome”, destacou.

Confira a entrevista completa

 

 

 

 

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