Maduro persegue opositor e manda prender Edmundo González

Ex-diplomata e opositor de Maduro é alvo de mandado de prisão após pedido da Procuradoria-Geral, levantando questionamentos sobre a legitimidade das acusações.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA 

Em uma medida que intensificou ainda mais a tensão política na Venezuela, o tribunal de primeira instância em funções de controle a nível nacional acatou o pedido da Procuradoria-Geral e ordenou a prisão de Edmundo González Urrutia, ex-diplomata e figura central da oposição ao regime de Nicolás Maduro. A decisão, divulgada na última segunda-feira (2), foi oficializada por meio de uma publicação no Instagram do Ministério Público venezuelano.

“O tribunal de primeira instância em funções de controle a nível nacional concorda com um mandado de prisão contra Edmundo González Urrutia por crimes graves“, afirmou o comunicado, que incluiu uma cópia do pedido de detenção. Entre as acusações imputadas a González estão a usurpação de funções de autoridades, incitação a atividades ilegais e falsificação de documentos oficiais.

A ação contra González, que foi candidato nas eleições presidenciais de julho por uma coligação de oposição, é vista por muitos como uma tentativa de silenciar vozes opositoras em um momento de questionamento crescente sobre a legitimidade do processo eleitoral venezuelano. O ex-diplomata, de 75 anos, foi convocado três vezes pelo Ministério Público para prestar esclarecimentos sobre o pleito, mas se recusou a comparecer, alegando falta de garantias por parte do órgão, que é amplamente criticado por ser controlado pelo regime chavista.

Desde a reeleição de Maduro, anunciada no dia 28 de julho, tanto a oposição interna quanto a comunidade internacional têm expressado sérias dúvidas sobre a transparência do processo eleitoral. Em meio a essas preocupações, a decisão de prender uma figura de oposição tão proeminente como González pode agravar ainda mais a crise política no país. Autoridades venezuelanas não divulgaram as atas eleitorais que confirmariam a vitória de Maduro, o que levou diversos países e blocos, como a União Europeia, a se recusarem a reconhecer a legitimidade do novo mandato do líder chavista.

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