Mais de R$ 4 bilhões em bens são bloqueados em operações contra extração clandestina de ouro.
Por Ana Raquel |Gnewsusa
Nesta terça-feira, a Polícia Federal deflagrou duas grandes operações para desarticular esquemas bilionários de legalização de ouro extraído ilegalmente de terras indígenas e garimpos clandestinos. As ações, que ocorreram no Pará e no interior de São Paulo, resultaram no bloqueio de mais de R$ 4 bilhões em bens dos acusados.
A primeira operação, Bruciato, teve como foco desmantelar uma rede de financiamento, extração e comercialização de ouro ilegal na Terra Indígena Kayapó e arredores. A PF cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e 13 de prisão preventiva no Pará, Amazonas, Roraima e Mato Grosso.
O esquema envolvia o uso de documentos falsos para legalizar 3,14 toneladas de ouro extraído ilegalmente entre julho de 2021 e maio de 2023. Como parte da operação, a Justiça determinou o bloqueio de até R$ 2,9 bilhões em bens e dinheiro dos envolvidos.
A segunda ação, chamada Aqua Fortis, ocorreu em São José do Rio Preto, no interior paulista, e mirou uma organização que movimentou cerca de R$ 3 bilhões em ouro ilegal extraído no Mato Grosso e Pará. A Justiça bloqueou R$ 1,3 bilhão em bens, incluindo imóveis e veículos.
Foram realizados mandados de busca e apreensão contra 19 empresas e 15 pessoas físicas. Entre as apreensões, estavam 19 animais selvagens empalhados, encontrados na casa de um empresário envolvido no esquema.
As operações revelaram que os envolvidos criaram empresas de fachada para movimentar recursos ilícitos. O ouro era vendido tanto no mercado interno quanto enviado ao exterior. As ações da PF visam descobrir a origem do ouro e descapitalizar as organizações criminosas.
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