Campanhas eleitorais triplicam gastos nas redes sociais; Boulos lidera com R$ 8,8 milhões enquanto saúde e educação são ignoradas

Sem acesso ao X, candidatos direcionam milhões para anúncios digitais em vez de priorizar saúde e educação.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA 

Com a proibição temporária da rede social X durante o primeiro turno das eleições municipais de 2024, candidatos a prefeito e vereador intensificaram sua presença no Facebook, triplicando os gastos com anúncios em comparação ao pleito de 2020. O montante investido nas campanhas digitais chegou a 123,3 milhões de reais, um salto expressivo em relação aos 35,5 milhões gastos há quatro anos.

Entre os candidatos, Guilherme Boulos (PSOL), apoiado por Lula e pelo PT, foi o maior investidor na plataforma, desembolsando ao menos 8,8 milhões de reais para impulsionar seu conteúdo. O valor destinado a anúncios poderá crescer nas próximas semanas, à medida que os candidatos que disputaram o segundo turno prestarem contas à Justiça Eleitoral.

Prioridades invertidas: o preço da propaganda eleitoral

O investimento massivo em publicidade digital levanta questionamentos sobre as prioridades dos candidatos e do sistema político. Em um país que enfrenta crises na saúde e na educação, o direcionamento de milhões para anúncios online destaca a falta de compromisso com áreas essenciais. Enquanto hospitais sofrem com a falta de insumos e escolas enfrentam déficits de infraestrutura, recursos preciosos são alocados para garantir visibilidade eleitoral.

X é liberado após ajuste em multa bilionária

A suspensão do X só foi revertida em 8 de outubro, após a plataforma corrigir o pagamento de uma multa no valor de 28,6 milhões de reais, transferindo o valor para a conta correta no Banco do Brasil. O despacho autorizando o retorno da plataforma foi assinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o primeiro turno.

Reflexão sobre gastos públicos e privados

Embora campanhas eleitorais demandem comunicação eficiente, o gasto excessivo em publicidade digital levanta uma questão ética: até que ponto é justificável destinar milhões para anúncios em vez de priorizar investimentos que possam melhorar diretamente a vida da população? O episódio reforça a necessidade de um debate mais profundo sobre a aplicação de recursos nas eleições e sobre como garantir que a política sirva, de fato, ao interesse público.

Leia mais 

PGR propõe acordo polêmico a Janones em caso de rachadinha, e corrupção política segue impune

Mulher é encontrada morta em Esmeraldas; crime pode estar ligado ao tráfico

Relatório expõe falhas na política migratória dos EUA e alerta para crise com imigrantes irregulares

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*