A suspensão da Operação Carro-Pipa deixou 1,2 milhão de nordestinos sem água potável, e a retomada só ocorreu após ampla repercussão do caos causado pela interrupção do serviço essencial.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A suspensão da Operação Carro-Pipa pelo governo Lula deixou 1,25 milhão de moradores do semiárido nordestino sem acesso à água, agravando a já crítica situação da seca na região. O programa foi paralisado no dia 25 de novembro devido à falta de recursos federais, afetando 344 municípios em seis estados e escancarando a negligência da gestão federal com as populações mais vulneráveis.
Responsável por fornecer água potável a áreas rurais isoladas, a operação foi interrompida em Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. O Comando Militar do Nordeste, que executa o programa, explicou que a paralisação ocorreu “haja vista a falta de descentralização de recursos pelo governo federal”. Sem o serviço, comunidades inteiras enfrentaram dias de completo desabastecimento.
A decisão gerou forte reação de prefeitos e lideranças locais. Na Paraíba, George Coelho, presidente da Federação dos Municípios (Famup), lamentou a situação: “Sabemos que, nos municípios, há distritos distantes da cidade, e esses carros-pipas atuam principalmente na zona rural para levar água para os cidadãos que ali residem. Portanto, precisamos urgentemente resolver essa questão com o Governo Federal.”
Os impactos foram severos em todos os estados afetados. Em Pernambuco, mais de 508 mil pessoas ficaram sem água. Na Bahia, o número ultrapassou 339 mil, e nos outros estados – Alagoas, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte – o drama foi semelhante. A falta de planejamento e a demora em apresentar uma solução aprofundaram o sentimento de abandono entre os moradores da região.
Somente na quarta-feira, 27 de novembro, após a repercussão negativa e pressão de autoridades locais, o governo Lula anunciou a liberação de R$ 38 milhões para retomar a operação. Apesar do anúncio, a gestão foi criticada pela falta de preparo e pela lentidão em agir diante de uma emergência tão grave.
Embora o fornecimento de água tenha sido restabelecido, a crise expôs as fragilidades de um governo que falha em garantir o básico a mais de um milhão de brasileiros em situação de extrema necessidade. O atraso na resposta reforça o abandono de políticas públicas eficazes para enfrentar os desafios históricos do semiárido.
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