Protesto de jovem iraniana expõe brutalidade de repressão no Irã.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA
Organizações internacionais de direitos humanos denunciam as práticas violentas de repressão empregadas contra uma jovem iraniana, detida após se despir em protesto em uma universidade em Teerã. A atitude ousada da estudante, que circulou no campus apenas de roupas íntimas, foi uma forma de resistência ao rígido controle que as autoridades iranianas impõem sobre a vestimenta feminina. Relatos indicam que ela sofreu agressões de seguranças do campus da Universidade Islâmica Azad antes de realizar o ato.
A Anistia Internacional, que acompanha de perto os casos de abusos de direitos humanos no Irã, denuncia que o regime tem submetido manifestantes e presos políticos a choques elétricos, espancamentos, tortura e sedação com substâncias químicas em instituições psiquiátricas controladas pelo Estado, nas quais as vítimas são rotuladas de “mentalmente instáveis”.
O sofrimento e as humilhações enfrentadas por esses presos são denunciados como uma “situação alarmante”.
O caso da jovem iraniana também chamou atenção para a crescente prática de hospitalizações psiquiátricas involuntárias. Hadi Ghaemi, diretor do Centro de Direitos Humanos no Irã, com sede em Nova York, acusa as autoridades de usarem essas internações como “ferramentas de repressão”, que permitem rotular os dissidentes como mentalmente instáveis, enfraquecendo a imagem dos protestos pacíficos.
“Transferir indivíduos que participam de protestos pacíficos para hospitais psiquiátricos representa não apenas um ato de detenção arbitrária, mas também constitui uma forma de sequestro. Essa prática é uma ação flagrantemente ilegal para desacreditar ativistas, rotulando-os como mentalmente instáveis”, denuncia Ghaemi.
Ao ser exposta nas redes sociais, a história da jovem detida rapidamente se tornou um símbolo da opressão contra as mulheres iranianas, representando o sofrimento de muitas outras vítimas que enfrentam a brutalidade e a violência por resistirem aos controles impostos pelo Estado.
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